Salmos 79

Salmo de Asaf. Ó Deus, os pagãos invadiram vossa herança, profanaram vosso santo templo, reduziram Jerusalém a um montão de ruínas.
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Refere-se à destruição de Jerusalém e do Templo, provavelmente pelos babilônios em 586 a.C. (2Reis25:8-10). A menção de 'gentios' (nações estrangeiras) invadindo a 'herança' de Deus reforça o contexto da invasão babilônica, que deixou a cidade em ruínas.
Entregaram os corpos de vossos servos às aves do céu como alimento, e a carne de vossos fiéis aos animais do campo.
Derramaram o sangue deles como água em torno de Jerusalém, e ninguém lhes deu sepultura.
Tornamo-nos o opróbrio de nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que nos rodeiam.
Até quando, Javé? Estareis irado para sempre? Arderá como fogo vosso zelo?
Derramai vosso furor sobre os pagãos que não vos conhecem e sobre os reinos que não invocam vosso nome,
pois devoraram Jacó e devastaram sua morada.
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A expressão 'devoraram a Jacó' usa o nome do patriarca para representar Israel. A destruição das 'moradas' alinha-se com relatos históricos de deportações em massa após conquistas assírias e babilônicas (Jeremias9:11).
Não recordeis contra nós as culpas de nossos pais; venha depressa a nosso encontro vossa misericórdia, porque estamos reduzidos à miséria extrema.
Ajudai-nos, ó Deus, nosso salvador, pela glória de vosso nome; salvai-nos e perdoai nossos pecados por amor de vosso nome.
Por que os povos deveriam dizer: “Onde está o Deus deles?” Seja conhecida entre os povos, sob nossos olhos, a vingança pelo sangue de vossos servos que foi derramado.
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A pergunta 'Onde está o seu Deus?' reflete um desafio comum nas culturas antigas, onde a derrota militar era vista como falha divina (Salmo42:3, Joel2:17). O salmista pede uma resposta visível de juízo para validar o poder de Yahweh.
Chegue a vossa presença o gemido dos cativos; com o poder de vosso braço salvai os condenados à morte.
Devolvei sete vezes a nossos vizinhos no seio deles o insulto que lançaram contra vós, Senhor.
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A exigência de retribuição 'sete vezes' usa um número simbólico para plenitude de juízo (Provérbios24:16). Essa mentalidade de retaliação proporcional contrasta com o ensino posterior de Jesus sobre perdão (Mateus18:22).
E nós, vosso povo e rebanho de vosso pasto, sempre vos daremos graças; vossos louvores proclamaremos de geração em geração.
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A metáfora 'ovelhas de teu pasto' reforça a relação de dependência entre Deus e Israel, comum em textos como Salmo23:1 e 100:3. O v.13 também reflete uma tradição litúrgica, sugerindo uso no culto pós-exílio.