Salmos 42

Ao regente do coro. Poema. Dos filhos de Coré.
Como a corça deseja as águas correntes, assim minha alma anseia por vós, ó Deus.
Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando hei de ir ver a face de Deus?
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O questionamento 'Onde está o teu Deus?' reflete um desafio comum em tempos de crise (veja sl79:10 e sl115:2). A zombaria sobre a aparente ausência divina era usada para testar a fé do salmista.
As lágrimas são meu pão dia e noite, enquanto me repetem o dia inteiro: “Onde está teu Deus?”
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A menção de peregrinação ao templo ('casa de Deus') alude aos festivais judaicos como Páscoa ou Tabernáculos. O templo em Jerusalém era o centro da adoração, e sua ausência explicaria o lamento do autor (provavelmente em exílio ou distante).
Disto me lembro, e meu coração se aflige: através da multidão eu caminhava entre os primeiros, rumo à casa de Deus, entre cantos de alegria e de louvor de uma multidão em festa.
Por que estás triste, minha alma? por que gemes dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, que é meu salvador e meu Deus.
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Hermonitas se refere ao Monte Hermom, região montanhosa ao norte de Israel. Jordão indica possível localização geográfica do salmista, sugerindo exílio ou distanciamento do templo em Jerusalém (contexto histórico de perseguição ou diáspora).
Dentro de mim se entristece minha alma; então me lembro de vós na terra do Jordão e do Hermon e no monte Misar.
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'Abismo chama outro abismo' usa imagens cósmicas do caos aquático (gn1:2; jn2:3), simbolizando sofrimento avassalador. A metáfora pode remeter ao mito cananeu de Yam (deus do caos), adaptado aqui para enfatizar o controle divino.
Um abismo chama outro abismo, ao fragor de vossas cascatas; todas as vossas vagas e ondas passaram sobre mim.
De dia Javé me concede sua misericórdia, de noite elevo a ele meu canto, uma oração ao Deus de minha vida.
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O questionamento 'Por que te esqueceste de mim?' ecoa em situações de abandono espiritual (sl22:1; sl13:1). A expressão 'minha rocha' reforça a contradição entre a percepção de abandono e a crença na proteção divina.
Digo a Deus, meu rochedo: “Por que me esquecestes? Por que ando triste, oprimido pelo inimigo?”
Quebram-se meus ossos quando me insultam meus adversários, repetindo o dia inteiro: “Onde está teu Deus?”
Por que estás triste, minha alma? por que gemes dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, que é meu salvador e meu Deus.