Salmos 23

Salmo de Davi. Meu pastor é Javé, nada me falta.
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A imagem de Deus como pastor é comum na Bíblia (ez34:11-16; jo10:11). Para leitores modernos, a metáfora pastoral pode parecer distante, mas na época era uma analogia clara: proteção, provisão e direção. Cristãos veem aqui uma prefiguração de Cristo como 'bom pastor'.
Em verdes prados me faz descansar, a águas tranquilas me conduz.
Restaura minhas forças; pelo justo caminho me guia por amor de seu nome.
Se eu tiver de andar por um vale escuro, não temerei mal nenhum, pois comigo estais. Vosso bastão e vosso cajado me dão segurança.
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A expressão 'vale da sombra da morte' (hebraico 'tsalmavet') é controversa. Alguns manuscritos traduzem como 'vale de profunda escuridão'. A 'vara' e o 'cajado' simbolizam autoridade e correção divina (pv22:15), mas também segurança, já que pastores usavam esses instrumentos para guiar e defender o rebanho.
Diante de mim preparais uma mesa aos olhos de meus inimigos; ungis com óleo minha cabeça, meu cálice transborda.
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Unção com óleo era sinal de honra e consagração (1sm16:13). A 'mesa na presença de inimigos' pode refletir costumes de pactos de hospitalidade no antigo Oriente Médio, onde oferecer comida a alguém sob sua proteção era um dever sagrado, mesmo em situações de conflito.
Felicidade e graça vão me acompanhar todos os dias de minha vida. E na casa de Javé habitarei por muitíssimos anos.
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A promessa de 'habitar na casa do Senhor' originalmente indicava acesso contínuo ao templo, mas ganhou interpretação escatológica (ap21:3). Críticos apontam que o Salmo 23 provavelmente não foi escrito por Davi, já que a estrutura linguística sugere período posterior, embora a autoria tradicional permaneça popular.