Salmos 106

Aleluia! Celebrai a Javé, pois ele é bom, porque eterno é seu amor.
Quem pode narrar as façanhas de Javé e proclamar todo o seu louvor?
Felizes os que guardam a retidão e praticam a justiça o tempo todo.
Lembrai-vos de mim, Javé, pelo amor de vosso povo, visitai-me com vossa salvação;
para que eu sinta a felicidade de vossos eleitos e me alegre com a alegria de vosso povo e me glorie com vossa herança.
Como nossos pais, nós pecamos, cometemos a iniquidade, procedemos mal.
Nossos pais, no Egito, não compreenderam vossos prodígios; não se lembraram da multidão de vossas misericórdias, mas se revoltaram junto ao mar, o mar Vermelho.
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O verso se refere ao Êxodo do Egito e à travessia do Mar Vermelho (Êxodo 14). A 'provocação' alude à falta de fé dos israelitas diante do exército egípcio, mesmo após verem os milagres de Deus.
Ele, porém, os salvou por amor de seu nome, para manifestar seu poder.
Ameaçou o mar Vermelho e ele secou; guiou-os pelo abismo como por um deserto.
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A secagem do Mar Vermelho é descrita em Êxodo 14:21-22. O termo 'abismos' pode referir-se às profundezas do mar, simbolizando o caminho miraculoso aberto por Deus.
Salvou-os da mão de quem os odiava, resgatou-os do poder do inimigo.
As águas cobriram seus adversários; não escapou nenhum deles.
Então acreditaram em suas palavras e cantaram seu louvor.
Depressa esqueceram suas obras, não esperaram que executasse seu plano.
Cederam à cobiça no deserto, tentaram a Deus na solidão.
Concedeu-lhes o que pediam, mas enviou a fraqueza sobre eles.
Tiveram inveja de Moisés no acampamento e de Aarão, o santo de Javé.
A terra se abriu e engoliu Datã e recobriu o bando de Abiram;
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Datã e Abirão foram líderes da rebelião contra Moisés (Números 16:1-35). A terra 'engoli-los' é uma referência direta ao juízo divino sobre os rebeldes.
ardeu o fogo contra seus sequazes, a chama consumiu os ímpios.
Fizeram um bezerro em Horeb e adoraram uma imagem de metal;
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O bezerro de ouro feito em Horebe (outro nome para o Monte Sinai) é narrado em Êxodo 32:1-6. A idolatria contrasta com a revelação divina recebida por Moisés no mesmo local.
trocaram sua glória pela figura de um boi que come capim.
Esqueceram o Deus, seu salvador, que tinha feito façanhas no Egito,
maravilhas na terra de Cam, prodígios no mar Vermelho.
Então pensou em exterminá-los, se não fosse Moisés, seu eleito, que se manteve na brecha diante dele para desviar sua ira, a fim de que não os destruísse.
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Moisés intercedeu pelo povo após o pecado do bezerro de ouro (Êxodo 32:11-14). A expressão 'ficado perante ele na brecha' destaca o papel de mediador de Moisés, um tema que ecoa na teologia cristã sobre Cristo.
Desprezaram um país delicioso, não acreditaram em sua palavra;
ao contrário, murmuraram em suas tendas, não obedeceram à voz de Javé.
Então ergueu a mão para lhes jurar que os faria cair no deserto,
que dispersaria seus descendentes entre as nações e os espalharia em outras terras.
Eles aderiram ao Baal de Fegor e comeram carnes sacrificadas aos deuses mortos.
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Baal-Peor refere-se à idolatria com os moabitas (Números 25:1-9). 'Sacrifícios dos mortos' pode aludir a rituais pagãos ou deidades cananeias associadas à morte, prática condenada pela Lei.
Eles o provocaram com suas obras, e caiu uma praga sobre eles.
Mas surgiu Fineias e agiu como juiz, e a praga cessou;
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Finéias, neto de Arão, executou um casal israelita e midianita, interrompendo a praga (Números 25:7-13). Seu zelo foi considerado um ato de justiça, estabelecendo um precedente para o sacerdócio.
isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre.
Eles o irritaram junto às águas de Meriba, e Moisés sofreu por causa deles;
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As 'águas da contenda' (Meribá) são mencionadas em Números 20:2-13. Moisés feriu a rocha em vez de falar com ela, resultando em sua exclusão da Terra Prometida — um exemplo de consequência para líderes mesmo após serviços fiéis.
pois aborreceram seu espírito, e ele foi precipitado no falar.
Não exterminaram os povos como Javé lhes havia mandado.
Antes, misturaram-se às nações e aprenderam a agir do modo delas.
Serviram a seus ídolos, que se tornaram uma armadilha para eles.
Aos demônios sacrificaram seus filhos e suas filhas.
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Sacrifício de crianças a demônios reflete práticas cananeias (2 Reis 17:17). Arqueologia comprova isso: urnas com restos infantis foram encontradas em locais como Cartago, associadas ao deus Moleque.
Derramaram o sangue inocente, sangue de seus filhos e de suas filhas, que imolaram aos ídolos de Canaã. E o país foi profanado pelos assassínios.
Eles se mancharam por seus atos e se prostituíram com seus feitos.
Por isso a ira de Javé se acendeu contra seu povo, e ele abominou sua herança.
Entregou-os nas mãos das nações, e seus adversários os dominaram.
Seus inimigos os oprimiram, e tiveram de curvar-se a seu domínio.
Muitas vezes os libertou, mas eles se obstinavam em sua rebeldia e foram humilhados por causa de suas iniquidades.
Contudo, Deus olhou para a angústia deles, quando escutou suas súplicas.
Lembrou-se de sua aliança e se compadeceu segundo sua grande misericórdia,
e fez com que achassem compaixão junto a todos que os mantinham cativos.
Salvai-nos, Javé, nosso Deus, reuni-nos do meio das nações, para podermos celebrar vosso santo nome e gloriar-nos com vosso louvor!
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O clamor por salvação e reunião do exílio antecipa restaurações futuras, como o retorno do cativeiro babilônico. Essa esperança também é expressa em 1 Crônicas 16:35-36, mostrando ligação litúrgica.
Bendito seja Javé, Deus de Israel, desde sempre e para sempre! E todo o povo diga: Amém!