1 Samuel 11

Naás, o amonita, pôs-se em cam-panha e combateu contra Jabes, em Galaad. Os habitantes de Jabes disseram-lhe: “Façamos aliança e nós te serviremos”.
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Naás, amonita: Os amonitas eram descendentes de Ló (Gn19:36-38) e rivais históricos de Israel. Jabes-Gileade ficava a leste do Jordão, região vulnerável a ataques.
Mas Naás, o amonita, respondeu-lhes: “Só farei aliança convosco com a condição de vos furar a todos o olho direito, para impor assim um opróbrio a todo o Israel”.
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Arrancar o olho direito: prática militar para incapacitar soldados (o olho esquerdo era coberto pelo escudo). Também era humilhação pública, manchando a honra de Israel.
“Concede-nos sete dias – disseram-lhe os anciãos de Jabes – para que enviemos mensageiros por toda a terra de Israel; se não houver quem nos ajude, nos entregaremos a ti”.
Foram os mensageiros a Gabaá, cidade de Saul e contaram isso ao povo e todo o povo pôs-se a chorar em alta voz.
Saul voltava então do campo, atrás dos seus bois. “Que tem o povo para chorar dessa forma?” – disse ele. E referiram-lhe as palavras dos habitantes de Jabes.
Ouvindo isso, o Espírito do Senhor apoderou-se de Saul e ele encolerizou-se.
Tomando uma junta de bois, fê-la em pedaços e mandou-os por mão de mensageiros por todo o território de Israel, com este aviso: “Assim será feito aos bois de todo aquele que se não puser em campanha com Saul e Samuel”. O terror do Senhor apoderou-se do povo e este pôs-se em marcha como um só homem.
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Cortar bois em pedaços: método radical de convocação militar, semelhante ao de Juízes 19:29. O 'temor do Senhor' indica ação divina unificando o povo.
Saul passou-o em revista em Bezec: havia trezentos mil homens de Israel e trinta mil de Judá.
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300 mil de Israel/30 mil de Judá: números questionáveis para a demografia da época. Alguns manuscritos gregos trazem 30 mil/3 mil. Possível exagero ou erro de transcrição.
Disseram aos mensageiros que tinham vindo: “Dizei aos habitantes de Jabes, em Galaad, que amanhã, quando o sol estiver na força do seu calor, serão socorridos”. Voltando, deram os mensageiros essa notícia aos habitantes de Jabes, que se alegraram.
Esses disseram aos amonitas: “Amanhã nos renderemos a vós e fareis de nós o que vos parecer melhor”.
No dia seguinte, Saul dividiu o povo em três partes; penetraram ao raiar do dia no acampamento inimigo e feriram os amonitas até que chegou o grande calor do dia. Aqueles que escaparam foram dispersos, de tal sorte que não ficaram dois deles juntos.
O povo disse a Samuel: “Quem é que disse: ‘Saul não reinará sobre nós?’ Dai-nos esses homens para que os matemos.”
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Opositores de Saul: referência implícita a 1sm10:27 onde alguns duvidavam de Saul. A clemência do rei contrasta com seu comportamento futuro (1sm15:33).
Porém, Saul respondeu: “Hoje não se matará ninguém, porque é o dia em que o Senhor libertou Israel.”
Samuel disse ao povo: “Vamos a Gálgala e renovemos ali a realeza.”
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Gilgal: local estratégico onde Israel acampou após cruzar o Jordão (Js4-5). A renovação do reino ali reforça legitimidade religiosa da monarquia.
Partiu, pois, todo o povo para Gálgala para ali confirmar Saul, em presença do Senhor, no seu título de rei e oferecer naquele lugar sacrifícios de ações de graças. E Saul, com todos os israelitas, alegraram-se grandemente.