Amós 1

As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
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Amós atuou durante os reinados de Uzias (Judá) e Jeroboão II (Israel), período de prosperidade mas também de injustiça social. O 'terremoto' mencionado é corroborado por evidências arqueológicas do século 8 AEC e citado em zc14:5.
Ele disse: O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo.
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A imagem de Deus 'rugindo' de Sião aparece também em jl3:16, associando juízo divino com catástrofes naturais.
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não retirarei o castigo, porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro.
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A fórmula 'por três... e por quatro' é um recurso poético hebraico para indicar transgressões múltiplas. Damasco (Síria) usou 'trilhos de ferro' - método cruel de tortura com instrumentos agrícolas durante invasões em Gileade (região israelita).
Por isso porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade.
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Hazael e Ben-Hadade foram reis da Síria que oprimiram Israel (2rs8:7-15, 13:3). Seus palácios em Damasco foram destruídos por invasores assírios em 732 AEC.
E quebrarei o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador do vale de Áven, e ao que tem o cetro de Bete-Éden; e o povo da Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o Senhor.
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Quir era provavelmente a região de origem dos arameus (am9:7). O vale de Áven ('Iniquidade') pode ser uma referência sarcástica ao vale de Beca (siríaco).
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Gaza, e por quatro, não retirarei o castigo, porque levaram em cativeiro todos os cativos para os entregarem a Edom.
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Gaza representa todas as cidades filisteias. O comércio de escravos com Edom é historicamente plausível, já que rotas comerciais passavam por ambos os territórios.
Por isso porei fogo ao muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios.
E exterminarei o morador de Asdode, e o que tem o cetro de Ascalom, e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o restante dos filisteus perecerá, diz o Senhor DEUS.
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Tiro, e por quatro, não retirarei o castigo, porque entregaram todos os cativos a Edom, e não se lembraram da aliança dos irmãos.
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A 'aliança dos irmãos' pode referir-se a tratados históricos entre Tiro e Israel (1rs5:12, 9:11-14), quebrados pela exploração comercial.
Por isso porei fogo ao muro de Tiro, e ele consumirá os seus palácios.
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Edom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada, e aniquilou as suas misericórdias; e a sua ira despedaçou eternamente, e conservou a sua indignação para sempre.
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Edom (descendentes de Esaú) tinha rivalidade histórica com Israel (descendentes de Jacó). A profecia contra Temã e Bozra (cidades edomitas) aparece também em ob1:10-14.
Por isso porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra.
Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos.
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A prática brutal de 'fender o ventre das grávidas' era comum em guerras antigas para exterminar linhagens (2rs8:12, 15:16). Gileade era região disputada entre Israel e Amom.
Por isso porei fogo ao muro de Rabá, e ele consumirá os seus palácios, com alarido no dia da batalha, com tempestade no dia da tormenta.
E o seu rei irá para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o Senhor.