Salmos 9

9 Vou louvar-te de todo o meu coração, ó Jeová; Vou relatar todas as tuas obras maravilhosas.
Vou alegrar-me e exultar em ti; Vou cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo.
Quando os meus inimigos recuarem, Tropeçarão e morrerão diante de ti.
*
A referência a inimigos que caíram pode aludir a vitórias históricas de Israel, como as guerras de Davi contra os filisteus (2sm5:17-25). O contexto sugere uma celebração pós-batalha, comum nos salmos reais.
Pois tu defendes a minha causa justa; Sentas no teu trono, julgando com justiça.
Censuraste nações e destruíste os maus Apagando para todo o sempre o nome deles.
*
A destruição de nações ímpias ecoa juízos divinos como os relatados em Sodoma (gn19:24-25) e no Dilúvio (gn6-9). Arqueologicamente, não há evidência direta desses eventos, mas a linguagem reflete a teologia de retribuição comum no Antigo Oriente.
Os inimigos sofreram destruição eterna; Desarraigaste as cidades deles, E toda lembrança deles desaparecerá.
Mas Jeová está no seu trono para sempre; Ele estabeleceu firmemente o seu trono para fazer justiça.
*
O julgamento universal por Deus é tema que reaparece em profecias messiânicas (is11:3-4) e no Novo Testamento (jo5:22, at17:31). Alguns veem aqui um paralelo com a ideia de Cristo como juiz final.
Ele julgará a terra habitada com retidão; Pronunciará sentenças justas para as nações.
Jeová se tornará um refúgio seguro para os oprimidos, Um refúgio seguro em tempos de aflição.
Os que conhecem o teu nome confiarão em ti; Nunca abandonarás os que te buscam, ó Jeová.
Cantem louvores a Jeová, que mora em Sião; Tornem conhecidos entre os povos os seus feitos.
Pois Aquele que vinga o sangue dos aflitos se lembra deles; Não se esquecerá do seu clamor.
Mostra-me favor, ó Jeová; vê a minha aflição, causada pelos que me odeiam, Tu, que me ergues dos portões da morte,
Para que eu declare os teus atos louváveis nos portões da filha de Sião E me alegre com os teus atos de salvação.
As nações caíram na cova que fizeram; Seu próprio pé ficou preso na rede que esconderam.
*
A imagem de inimigos presos em suas próprias armadilhas aparece em provérbios (pv26:27) e narrativas bíblicas (et7:10). Reflete o princípio de 'medida por medida', comum na justiça poética hebraica.
Jeová é conhecido pelos julgamentos que executa. Os maus foram enlaçados pela obra das suas próprias mãos. Higaiom. ( Selá )
Os maus recuarão em direção à Sepultura, Todas as nações que se esquecem de Deus.
*
A menção ao inferno (hebraico: Sheol) gerou debates. Alguns tradutores preferem 'sepultura' ou 'morte', já que o conceito de inferno como lugar de tormento só se desenvolveu plenamente no período intertestamentário.
Mas os pobres não ficarão esquecidos para sempre, E a esperança dos mansos jamais acabará.
Levanta-te, ó Jeová! Não deixes que o homem mortal prevaleça. Que as nações sejam julgadas na tua presença.
Enche-as de medo, ó Jeová; Que as nações saibam que são apenas homens mortais. ( Selá )
*
A afirmação de que nações são 'meros homens' contrasta com a divindade de YHWH. Arqueologia confirma que povos antigos atribuíam divindade a reis e nações - aqui há uma crítica a essa visão (is31:3).