Salmos 51

51 Mostra-me favor, ó Deus, segundo o teu amor leal. Segundo a tua grande misericórdia, apaga as minhas transgressões.
Lava-me completamente do meu erro E purifica-me do meu pecado.
Pois eu tenho consciência das minhas transgressões, E o meu pecado está sempre diante de mim.
Pequei contra ti, acima de tudo contra ti; Fiz o que é mau aos teus olhos. Assim, tu és justo quando falas, És certo no teu julgamento.
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A afirmação 'contra ti somente pequei' parece contraditória, pois Davi pecou contra Bate-Seba e Urias (2sm11). Porém, no contexto bíblico, todo pecado é primordialmente contra Deus, mesmo afetando pessoas. Isso reflete a teologia da relação vertical entre humano e divino.
Na verdade, já nasci culpado de erro, E minha mãe me concebeu em pecado.
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O verso sobre 'em pecado me concebeu' gerou debates sobre o conceito de pecado original. Algumas interpretações: 1) Natureza pecaminosa herdada 2) Condição humana decaída 3) Metáfora da fragilidade existencial. A doutrina da Imaculada Conceição de Maria (católica) usou este verso como contraponto.
Sei que sentes prazer quando há verdade no coração da pessoa; Ensina ao meu íntimo a verdadeira sabedoria.
Purifica-me do meu pecado com hissopo, e eu ficarei puro; Lava-me, e eu ficarei mais branco do que a neve.
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O hissopo era planta usada em rituais de purificação (ex12:22 - sangue na Páscoa; lv14:4-7 - cura leprosos). A menção conecta o perdão divino aos símbolos concretos da lei mosaica, mostrando continuidade entre ritual e arrependimento interior.
Faz-me ouvir sons de exultação e alegria, Para que se alegrem os ossos que esmagaste.
Não olhes para os meus pecados, E apaga todos os meus erros.
Cria em mim um coração puro, ó Deus, E põe dentro de mim um espírito novo, firme.
Não me expulses da tua presença; E não tires de mim o teu espírito santo.
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O pedido para não retirar o Espírito Santo ecoa 1sm16:14 (Saul). Contrasta com a teologia do NT onde o Espírito é dado permanentemente (ef1:13-14). Revela compreensão veterotestamentária do Espírito como presença ativa, mas não necessariamente permanente.
Devolve-me a alegria da tua salvação; Desperta dentro de mim a disposição de te obedecer.
Vou ensinar aos transgressores os teus caminhos, Para que os pecadores voltem para ti.
Livra-me da culpa de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, Para que a minha língua declare alegremente a tua justiça.
Ó Jeová, abre os meus lábios, Para que a minha boca proclame o teu louvor.
Pois não queres um sacrifício, senão eu o daria; Não tens prazer em uma oferta queimada.
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A rejeição aos sacrifícios animais antecipa a crítica profética (os6:6) e a cristologia (mt9:13). Arqueologia comprova que sacrifícios continuaram até 70 d.C., mostrando que esta era uma perspectiva teológica alternativa, não a prática majoritária.
Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; Um coração quebrantado e esmagado, ó Deus, não rejeitarás.
Na tua boa vontade, faz o bem a Sião; Reconstrói as muralhas de Jerusalém.
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A menção aos muros de Jerusalém é problemática: Davi conquistou a cidade (2sm5), mas os muros foram destruídos pelos babilônios (586 a.C) e reconstruídos por Neemias (ne2:17). Muitos estudiosos veem aqui uma adição pós-exílica, atualizando o salmo para novas necessidades nacionais.
Então te agradarás dos sacrifícios oferecidos em justiça, Dos sacrifícios queimados e das ofertas inteiras; Então se oferecerão novilhos no teu altar.