Jonas 1

Jonas, filho de Amitai, recebeu a seguinte palavra de Jeová:
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Jonas é identificado como filho de amitai, o mesmo profeta mencionado em 2reis14:25 que profetizou a expansão de israel sob jeroboão ii (séc viii a.c.). Isso situa a narrativa no contexto do império assírio, inimigo histórico de israel.
“Vá agora a Nínive, a grande cidade, e profira uma sentença contra ela, pois tomei conhecimento da maldade deles.”
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Nínive, capital da assíria, era símbolo de poder e crueldade (nahum3:1-7). Arqueólogos confirmam sua grandeza: muralhas de 12km de extensão e 15 portões. A missão de jonas reflete o paradoxo divino: deus se importa até com nações inimigas de israel.
Mas Jonas resolveu fugir de Jeová e ir para Társis; ele desceu a Jope e encontrou um navio que ia para Társis. Pagou então a passagem e embarcou, a fim de ir com os que estavam no navio para Társis, para longe de Jeová.
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Társis (possivelmente tartessos na espanha) representava o extremo ocidente conhecido. Fugir para lá simbolizava a tentativa de escapar da esfera de influência divina, algo teologicamente impossível (sl139:7-10). Jope (atual jaffa) era um porto estratégico desde a idade do bronze.
Então Jeová lançou um forte vento sobre o mar, e houve uma tempestade tão violenta no mar que o navio estava prestes a naufragar.
Os marinheiros ficaram com tanto medo que cada um começou a clamar ao seu deus por socorro. E começaram a jogar no mar os objetos que havia no navio, para deixá-lo mais leve. Mas Jonas tinha descido ao porão do navio, onde se deitou e dormiu profundamente.
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O sono de jonas contrasta com o pânico dos marinheiros. Interpretações sugerem desde exaustão física até depressão espiritual. O lançamento de cargas ao mar era prática documentada em naufrágios antigos, como relata o poeta grego menandro (séc iv a.c.).
O capitão do navio se aproximou dele e disse: “Por que você está dormindo? Levante-se, clame ao seu deus! Talvez o verdadeiro Deus mostre que se importa conosco, e não morreremos.”
Então disseram uns aos outros: “Venham, vamos lançar sortes para descobrir quem é o culpado por esta calamidade.” Assim lançaram sortes, e a sorte caiu para Jonas.
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O uso de sortes para descobrir culpados era comum no mundo antigo (prov16:33). Curiosamente, no nt as sortes são usadas apenas em at1:26, antes do pentecostes, sugerindo uma mudança na compreensão da orientação divina após o espírito santo.
Eles lhe disseram: “Diga-nos, por favor, de quem é a culpa por esta calamidade que veio sobre nós? Qual é o seu trabalho, e de onde você vem? Qual é o seu país, e de que povo você é?”
Ele respondeu: “Sou hebreu e temo a Jeová, o Deus dos céus, aquele que fez o mar e a terra seca.”
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A expressão 'deus do céu' (em hebraico 'elohê hashamayim') era usada principalmente no período persa (edra1:2), levantando debates entre estudiosos sobre a datação do livro. Defensores da autoria tradicional argumentam que o termo já existia em fontes fenícias do séc ix a.c.
Então os homens ficaram com mais medo ainda e lhe perguntaram: “O que você fez?” (Os homens ficaram sabendo que ele estava fugindo de Jeová, porque ele havia contado isso a eles.)
E lhe perguntaram: “O que devemos fazer com você para que o mar se acalme?” Pois o mar estava ficando cada vez mais agitado.
Ele respondeu: “Peguem-me e joguem-me no mar, e o mar ficará calmo; porque sei que é por minha causa que esta violenta tempestade veio sobre vocês.”
Contudo, os homens remaram com força para levar o navio de volta a terra seca, mas não conseguiram, porque o mar ficava cada vez mais agitado em volta deles.
Então eles clamaram a Jeová: “Ó Jeová, por favor, não nos deixes morrer por causa deste homem! Não nos consideres responsáveis por derramar sangue inocente, visto que fizeste conforme a tua vontade, ó Jeová!”
Então pegaram Jonas e o jogaram no mar, e o mar se acalmou.
Em vista disso, os homens ficaram cheios de temor de Jeová, e ofereceram um sacrifício a Jeová e fizeram votos.
E Jeová enviou um grande peixe para engolir Jonas, de modo que Jonas ficou três dias e três noites no ventre do peixe.
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O 'grande peixe' (hebraico 'dag gadol') gerou debates. A lxx traduz como 'ketos' (monstro marinho), associado a baleias na tradição. Mt12:40 usa o evento como tipo da ressurreição de jesus. Arqueólogos assírios encontraram moedas de nínive com imagens de um homem saindo da boca de um peixe, sugerindo que a história já era conhecida na região.