Jó 33

33 “Mas agora, Jó, por favor, ouça as minhas palavras; Escute tudo o que eu disser.
Preste atenção, vou abrir minha boca, Minha língua vai falar.
Minhas palavras declaram a retidão do meu coração, E meus lábios dizem com sinceridade o que sei.
Foi o espírito de Deus que me fez, E o fôlego do Todo-Poderoso me fez viver.
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Eliú afirma que o Espírito de Deus o formou, ecoando Gn2:7. Alguns veem aqui uma possível alusão à ação do Espírito Santo, embora a Trindade não seja explicitamente definida no Antigo Testamento. Céticos questionam a autoria das palavras de Eliú, já que em Jó42:7 Deus reprova os amigos de Jó, incluindo-o indiretamente.
Responda-me, se puder; Apresente seus argumentos diante de mim; tome sua posição.
Veja! Perante o verdadeiro Deus, sou exatamente como você; Eu também fui formado do barro.
Por isso, você não deve ficar apavorado, com medo de mim, E nenhuma pressão da minha parte deve esmagá-lo.
Mas eu ouvi você dizer, Sim, eu ouvi muitas vezes estas palavras:
‘Sou puro, não cometi transgressão; Estou limpo, não cometi erro.
Mas Deus acha motivos para se opor a mim; Ele me considera seu inimigo.
Ele põe os meus pés no tronco; Inspeciona todos os meus caminhos.’
Mas você não tem razão em dizer isso, então lhe responderei: Deus é muito maior do que o homem mortal.
Por que você se queixa contra ele? É porque ele não respondeu a todas as suas palavras?
Pois Deus fala uma, duas vezes, Mas ninguém presta atenção.
Ele fala num sonho, numa visão da noite, Quando o sono profundo cai sobre os homens, Enquanto dormem nas suas camas.
Então ele destapa o ouvido deles E grava neles a sua instrução,
Para afastar o homem de atos maus E protegê-lo do orgulho.
Deus livra sua alma da cova, Sua vida de perecer pela espada.
O homem também é corrigido pela dor na sua cama E pela constante aflição nos seus ossos,
De modo que seu próprio ser abomina o pão, E ele rejeita até mesmo a boa comida.
Sua carne definha, E seus ossos, que não eram vistos, agora aparecem.
Sua alma se aproxima da cova; Sua vida, dos que causam a morte.
Se houver um mensageiro para ele, Um defensor entre mil, Para dizer ao homem o que é justo,
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O 'mensageiro' ou 'intercessor' (v.23-24) é visto por muitos como uma profecia messiânica. A ideia de um redentor que paga resgate (v.24) é associada a Cristo em 1tm2:5-6 e Mc10:45. Outras interpretações sugerem um anjo ou uma figura simbólica da sabedoria.
Deus lhe mostrará favor e dirá: ‘Livre-o de descer à cova! Encontrei um resgate!
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A expressão 'já achei resgate' (v.24) é única no livro de Jó. Estudosos debatem se refere-se a um conceito de substituição sacrificial, antecipando a teologia cristã, ou se é uma metáfora para o arrependimento como caminho de restauração.
Que a sua carne se torne mais fresca do que a de um jovem; Que ele volte aos dias do vigor da sua juventude.’
Ele suplicará a Deus, que o aceitará, Verá a Sua face com gritos de alegria; E Ele concederá novamente a Sua justiça ao homem mortal.
Essa pessoa dirá aos homens: ‘Pequei e distorci o que é certo, Mas não recebi o que merecia.
Ele me livrou de ir para a cova, E eu continuarei vendo a luz.’
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A libertação da 'cova' (Sheol) e a 'luz' (v.28) são associadas à ressurreição em tradições posteriores (Sl56:13). No contexto imediato, trata-se de cura física, mas a linguagem poética permitiu leituras escatológicas.
Realmente, Deus faz todas essas coisas Duas, três vezes, em favor do homem,
Para trazê-lo de volta da cova, A fim de que seja iluminado com a luz da vida.
Preste atenção, Jó! Escute-me! Fique calado, e eu continuarei a falar.
Se tiver algo para dizer, responda-me. Fale, pois eu quero provar que você está certo.
Se não tiver nada para dizer, escute-me; Fique calado, e eu lhe ensinarei a sabedoria.”