Jó 24

24 “Por que o Todo-Poderoso não estabelece um tempo? Por que os que o conhecem não discernem o seu dia?
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Jó questiona por que os que conhecem a Deus não veem Seus dias de juízo. A expressão 'os seus dias' pode se referir ao tempo do julgamento divino, tema também abordado em 2pedro3:10-12 sobre o 'Dia do Senhor'.
Há homens que mudam de lugar os marcos divisórios; Apoderam-se de rebanhos e os levam aos seus pastos.
Levam embora o jumento dos órfãos E tomam o touro da viúva como garantia de um empréstimo.
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Tomar o boi da viúva como penhor violava a Lei Mosaica (êxodo22:22-24), que protegia órfãos e viúvas. Isso reflete a crítica de Jó à injustiça social.
Obrigam os pobres a sair do caminho; Os desamparados da terra precisam se esconder deles.
Os pobres vão em busca de comida como jumentos selvagens no ermo; No deserto procuram comida para os seus filhos.
Precisam colher no campo de outros, E respigam do vinhedo daquele que é mau.
Passam a noite nus, sem roupa; Não têm com que se cobrir no frio.
Estão encharcados por causa das chuvas das montanhas; Abraçam-se às rochas porque não têm abrigo.
O órfão é arrancado do peito da mãe; E as roupas dos pobres são levadas como garantia de um empréstimo.
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Arrancar o órfão dos peitos e tomar penhores do pobre era um ato de crueldade extrema, condenado em provérbios22:22-23. A prática era comum em contextos de abuso de poder.
São obrigados a andar nus, sem roupa, E, famintos, carregam os feixes de cereal.
No calor do dia, trabalham arduamente junto aos muros dos terraços de lavoura; Pisam uvas nos lagares, e mesmo assim passam sede.
Os que estão morrendo continuam a gemer na cidade; Os fatalmente feridos clamam por ajuda, Mas Deus não considera isso impróprio.
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A aparente inação de Deus diante do sofrimento dos oprimidos é um dilema central no livro. Eclesiastes8:11-12 também aborda a demora da justiça divina, que pode ser mal interpretada.
Há os que se rebelam contra a luz; Não reconhecem os caminhos dela, Nem seguem as suas veredas.
O assassino levanta-se ao amanhecer; Mata o desamparado e o pobre, E à noite ele rouba.
Os olhos do adúltero esperam o anoitecer, Ele diz: ‘Ninguém me verá!’ E cobre seu rosto.
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O adúltero que age no crepúsculo ilustra a preferência pelo ocultamento do pecado, como em joão3:19-20. O costume de esconder crimes sob a escuridão era culturalmente associado à vergonha.
Na escuridão, homens invadem casas; De dia ficam trancados. São estranhos para a luz.
Para eles a manhã é como as densas trevas; Conhecem bem os terrores das densas trevas.
Mas são levados rapidamente pelas águas. O terreno deles será amaldiçoado. Eles não voltarão para os seus vinhedos.
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A imagem do ímpio ser 'ligeiro sobre as águas' simboliza instabilidade. A 'maldição' sobre sua herança terrestre ecoa deuteronômio28:15-18, ligando consequências às ações.
Assim como a seca e o calor levam embora a neve derretida, Assim a Sepultura leva embora os que pecaram.
Sua mãe os esquecerá; os vermes os devorarão com gosto. Eles não serão mais lembrados. E a injustiça será derrubada como uma árvore.
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A ideia de ser comido por vermes e esquecido contrasta com a esperança bíblica de ressurreição (isaías66:24, marcos9:48). Jó enfatiza a perspectiva terrena, não escatológica.
Eles exploram a mulher estéril, E maltratam a viúva.
Deus usará sua força para destruir os poderosos; Embora se enalteçam, sua vida é incerta.
Deus permite que eles se tornem confiantes e se sintam seguros, Mas os olhos dele estão sobre tudo que eles fazem.
Eles são enaltecidos por pouco tempo, depois deixam de existir. São rebaixados e colhidos como todos os outros; São cortados como espigas de cereal.
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A efemeridade dos ímpios é tema comum nos Salmos (salmo37:35-36) e em Provérbios. A comparação com espigas cortadas reforça a temporalidade do sucesso injusto.
Então quem pode provar que sou um mentiroso Ou contestar as minhas palavras?”