Salmos 96

Cantem ao Senhor um novo cântico; cantem ao Senhor, todos os habitantes da terra!
Cantem ao Senhor, bendigam o seu nome; cada dia proclamem a sua salvação!
Anunciem a sua glória entre as nações, seus feitos maravilhosos entre todos os povos!
Porque o Senhor é grande e digno de todo louvor, mais temível do que todos os deuses!
*
A afirmação de que Yahweh é 'mais temível que todos os deuses' reflete o contexto de disputa religiosa no antigo Israel. A arqueologia comprova o politeísmo cananeu (ex: estatuetas de Baal e Asherah), tornando esta declaração uma reafirmação monoteísta.
Todos os deuses das nações não passam de ídolos, mas o Senhor fez os céus.
*
A menção de 'deuses dos povos são ídolos' corrobora descobertas de cultos a divindades locais na região (ex: tabuinhas de Ugarit). O termo 'ídolos' (hebraico 'elilim') é um jogo de palavras, significando literalmente 'nada'.
Majestade e esplendor estão diante dele, poder e dignidade, no seu santuário.
Dêem ao Senhor, ó famílias das nações, dêem ao Senhor glória e força.
Dêem ao Senhor a glória devida ao seu nome, e entrem nos seus átrios trazendo ofertas.
Adorem ao Senhor no esplendor da sua santidade; tremam diante dele todos os habitantes da terra.
Digam entre as nações: "O Senhor reina! " Por isso firme está o mundo, e não se abalará, e ele julgará os povos com justiça.
*
A proclamação 'o Senhor reina' antecipa temas apocalípticos. A expressão 'julgará os povos' foi interpretada messianicamente (At 17:31). A frase 'mundo firmado' pode referir-se à cosmovisão antiga de terra plana sobre fundamentos (Sl 104:5).
Regozijem-se os céus e exulte a terra! Ressoe o mar e tudo o que nele existe!
Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta,
cantem diante do Senhor, porque ele vem, vem julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua fidelidade!
*
O julgamento universal mencionado aqui é associado ao Dia do Senhor no AT e reinterpretado no NT como segunda vinda de Cristo (Ap 19:11). A combinação de justiça e verdade como critérios divinos reflete a teologia da aliança.