Miquéias 3

Então eu disse: "Ouçam, vocês que são chefes de Jacó, governantes da nação de Israel. Vocês deveriam conhecer a justiça!
Mas odeiam o bem e amam o mal; arrancam a pele do meu povo e a carne dos seus ossos.
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Miqueias usa uma metáfora violenta para descrever a exploração do povo pelos líderes. 'Arrancar a pele' e 'comer a carne' simbolizam opressão econômica e abuso de poder, prática comum entre elites corruptas no Reino de Judá (séc. VIII a.C.).
Aqueles que comem a carne do meu povo, arrancam a sua pele, despedaçam os seus ossos e cortam-no como se fosse carne para a panela,
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A comparação com 'carne dentro do caldeirão' reforça a crítica à elite que trata o povo como mercadoria. Arqueologia confirma desigualdades sociais nesse período, como inscrições sobre cobrança abusiva de impostos.
um dia clamarão ao Senhor, mas ele não lhes responderá. Naquela tempo ele esconderá deles o rosto por causa do mal que eles têm feito.
Assim diz o Senhor aos profetas que fazem o meu povo desviar-se; quando lhes dão o que mastigar, proclamam paz, mas proclamam guerra santa contra quem não lhes enche a boca:
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Profetas falsos anunciavam 'paz' em troca de pagamento, ignorando injustiças. Esse comportamento é condenado também em Jeremias 6:13-14. Historicamente, muitos profetas eram sustentados por reis, comprometendo sua integridade.
Por tudo isso a noite virá sobre vocês, noite sem visões; haverá trevas, sem adivinhações. O sol se porá para os profetas, e o dia se escurecerá para eles.
Os videntes ficarão envergonhados, e os adivinhos constrangidos. Todos cobrirão o rosto porque não haverá resposta da parte de Deus".
Mas, quanto a mim, graças ao poder do Espírito do Senhor, estou cheio de força e de justiça, para declarar a Jacó a sua transgressão, e a Israel o seu pecado.
Ouçam isto, vocês que são chefes da descendência de Jacó, governantes da nação de Israel, que detestam a justiça e pervertem tudo o que é justo;
que constroem Sião com derramamento de sangue, e Jerusalém com impiedade.
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'Edificar Sião com sangue' pode referir-se à construção de Jerusalém usando trabalho escravo ou recursos obtidos por violência. Escavações mostram expansão urbana acelerada sob reis como Acaz e Manassés, possivelmente usando mão de obra explorada.
Seus líderes julgam a troco de suborno, seus sacerdotes ensinam por lucro, e seus profetas adivinham em troca de prata. E ainda se apóiam no Senhor, dizendo: "O Senhor está no meio de nós. Nenhuma desgraça vai nos acontecer".
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A crítica tripla a líderes, sacerdotes e profetas revela corrupção sistêmica. A expressão 'Não está o Senhor no meio de nós?' ecoa a falsa segurança baseada no Templo, condenada posteriormente em Jeremias 7:4.
Por isso, por causa de vocês, Sião será arada como um campo, Jerusalém se tornará um monte de entulho, e a colina do templo, um matagal.
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A profecia sobre Jerusalém sendo 'lavrada como um campo' cumpriu-se parcialmente na destruição babilônica (586 a.C.). Josefo relata que os babilônios arrasaram a cidade, corroborado por escavações que mostram camadas de destruição nesse período.