2 Crônicas 15

E o Espírito de Deus veio sobre Azarias, o filho de Obede;
e ele saiu para se encontrar com Asa e disse-lhe: Ouvi-me, Asa e todo o Judá e Benjamim: O SENHOR está convosco, enquanto vós estiverdes com ele; e se vós o buscardes, ele será encontrado por vós; mas se vós o abandonardes, ele vos abandonará.
Ora, por um longo período Israel esteve sem o Deus verdadeiro, e sem um sacerdote para ensino, e sem lei.
*
O verso se refere a períodos de apostasia em Israel, como durante os juízes (Jz 2:10-13), quando a falta de liderança espiritual levava à idolatria. A menção 'sem sacerdote' pode indicar corrupção no sistema levítico.
Porém, quando eles, na sua aflição, tornavam-se para o SENHOR Deus de Israel, e o buscavam, o acharam.
E naqueles tempos não havia paz para aquele que saía, nem para aquele que entrava, mas grandes opressões estavam sobre todos os habitantes das terras.
E nação contra nação e cidade contra cidade se destruíam, porque Deus os conturbou com toda adversidade.
Portanto, sede fortes, e não fraquejem as vossas mãos; porque a vossa obra será recompensada.
E quando Asa ouviu estas palavras, e a profecia de Obede, o profeta, ele tomou coragem, e lançou fora os ídolos abomináveis de toda a terra de Judá e Benjamim, e das cidades que ele havia conquistado no monte Efraim, e renovou o altar do SENHOR, que estava diante do pórtico do SENHOR.
*
Asa removeu ídolos de cidades em Efraim, território do Reino do Norte. Isso ocorreu após a divisão do reino (1rs 12:16-20), mostrando que Judá ainda mantinha influência em áreas do Norte.
E ele reuniu todo o Judá e Benjamim, e com eles os estrangeiros de Efraim e Manassés, e de Simeão; porque muitos de Israel tinham se aliado a ele, vendo que o SENHOR, seu Deus, estava com ele.
*
Estrangeiros de tribos do Norte (Efraim, Manassés, Simeão) se uniram a Judá. Isso reflete migrações após o cisma (1rs 12:17) e crises políticas no Reino de Israel.
Assim, eles se reuniram em Jerusalém no terceiro mês, no décimo quinto ano do reinado de Asa.
E eles ofereceram ao SENHOR, ao mesmo tempo, do despojo que eles trouxeram, setecentos bois e sete mil ovelhas.
E eles entraram em um pacto para buscar o SENHOR Deus dos seus pais de todo o seu coração e de toda a sua alma;
para que fosse morto todo aquele que não buscasse o SENHOR, Deus de Israel, pequeno ou grande, homem ou mulher.
E eles juraram ao SENHOR em voz alta, e com gritos e com trombetas, e com cornetas.
E todo o Judá se alegrou diante do juramento; porquanto juraram de todo o seu coração, e o buscaram com todo o seu desejo; e ele foi por eles achado; e o SENHOR lhes deu descanso ao redor.
E também acerca de Maaca, a mãe do rei Asa, ele a removeu de ser rainha, porque ela fez um ídolo em um bosque; e Asa destruiu o seu ídolo, e o triturou e o queimou no ribeiro de Cedrom.
*
Maaca era avó de Asa, não mãe biológica. Aserá era uma deusa cananeia representada por postes sagrados. Arqueólogos encontraram inscrições mencionando 'Aserá' em Lachish e Kuntillet Ajrud (século VIII AEC). O ribeiro de Cedrom era local comum para destruição de ídolos (2rs 23:4-6).
Porém, os lugares altos não foram retirados de Israel; todavia o coração de Asa foi perfeito todos os seus dias.
*
Apesar de remover ídolos, Asa manteve 'os altos' - locais de culto não autorizados. Há contradição com 2cr 14:3,5 que diz ter removido altares. Possível explicação: Crônicas enfatiza a remoção de altares pagãos, mas manteve os dedicados a Yahweh fora de Jerusalém.
E ele trouxe para dentro da casa de Deus as coisas consagradas por seu pai e que ele mesmo tinha consagrado: prata, e ouro e vasos.
E não houve mais guerra até o trigésimo quinto ano do reinado de Asa.
*
1rs 15:16-32 relata guerra entre Asa e Baasa de Israel no 16º ano de Asa (c.895 AEC). A discrepância cronológica pode ser porque 'ano 35' conta desde a divisão do reino (931 AEC), equivalendo ao 16º ano de Asa.