Sabedoria 3

A vida dos justos, ao contrário, está nas mãos de Deus, e nenhum tormento os atingirá.
Aos olhos dos insensatos, aqueles pareciam ter morrido, e o seu fim foi considerado como desgraça.
Os insensatos pensavam que a partida dos justos do nosso meio era um aniquilamento, mas agora estão na paz.
As pessoas pensavam que os justos estavam cumprindo uma pena, mas esperavam a imortalidade.
Por uma breve pena receberão grandes benefícios, porque Deus os provou e os encontrou dignos dele.
Deus examinou-os como ouro no crisol, e os aceitou como holocausto perfeito.
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A imagem da purificação pelo fogo aparece em Ml3:2-3 e 1Pe1:7. Arqueologia mostra que crisolos para ouro eram comuns no Mediterrâneo antigo, como encontrados em escavações em Chipre (séc. IV a.C.).
No dia do julgamento, eles resplandecerão, correndo como fagulhas no meio da palha.
Eles governarão as nações, submeterão os povos, e o Senhor reinará para sempre sobre eles.
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O governo dos justos sobre nações reaparece em Dn7:18 e Ap2:26-27. Na história judaica, essa esperança messiânica cresceu durante opressões estrangeiras, como no período selêucida (séc. II a.C.).
Os que nele confiam compreenderão a verdade, e os que lhe são fiéis viverão junto dele no amor, pois a graça e a misericórdia estão reservadas para os seus escolhidos.
Os injustos, porém, serão castigados por sua maneira de pensar, porque desprezaram o justo e se afastaram do Senhor.
É infeliz quem despreza a sabedoria e a disciplina. Sua esperança é vazia, suas fadigas não produzem fruto, e suas obras são inúteis.
Suas mulheres são insensatas, seus filhos depravados, e sua descendência é maldita.
Feliz a mulher estéril que permanece irrepreensível e desconhece união pecaminosa, porque ela receberá seu fruto no julgamento das almas.
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A felicidade da mulher estéril contrasta com valores antigos que viam a fertilidade como bênção (ex.: Ana em 1Sm1:1-20). Isso reflete uma valorização da fidelidade sobre padrões sociais. A ideia se aproxima de Is54:1 e Lc23:29.
Feliz também o eunuco, que não cometeu injustiça, nem pensou coisas más contra o Senhor. Ele, por sua fidelidade, receberá uma graça especial e uma recompensa invejável no templo do Senhor.
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Eunucos eram marginalizados na sociedade antiga (Dt23:1), mas aqui são exaltados pela fidelidade. Isso ecoa Is56:4-5, onde eunucos fiéis recebem promessa divina, mostrando uma evolução teológica.
Pois o fruto das boas obras é glorioso e a raiz da sabedoria é imperecível.
Os filhos dos adúlteros não chegarão à maturidade, e a descendência de uma união ilegítima desaparecerá.
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A condenação dos filhos de relações ilegítimas contradiz Ez18:20 que nega punição por pecados alheios. Isso reflete uma visão comunitária de culpa, comum no pensamento antigo, mas questionada por profetas posteriores.
Mesmo que tenham vida longa, ninguém fará caso deles, e sua velhice no fim será sem honra.
Se morrerem cedo, não terão esperança nenhuma, nem consolação no dia do julgamento,
porque é terrível o fim de uma geração perversa.