Provérbios 28

O injusto foge sem ser perseguido, mas o justo é intrépido como leão.
Quando no país reina a transgressão, os chefes se multiplicam; mas o homem sensato e prudente mantém o direito.
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A referência a 'muitos príncipes' pela transgressão reflete a instabilidade política comum em reinos antigos quando a lei era negligenciada (ex.: divisão de Israel após Salomão - 1rs12).
Pobre que explora os fracos é chuva devastadora que deixa sem pão.
Os que abandonam a Lei elogiam o injusto; os que observam a Lei rompem com ele.
Os homens maus não compreendem o direito, mas os que buscam a Javé compreendem tudo.
É melhor um pobre de comportamento íntegro, do que um rico de conduta perversa.
Quem observa a Lei é filho inteligente, mas o amigo dos corruptos envergonha o seu pai.
Quem multiplica suas riquezas com usura e juros, acumula para quem se compadece dos fracos.
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A condenação da usura (juros abusivos) ecoa leis do Pentateuco (ex22:25, lv25:36-37). A ideia de que ganhos injustos acabam beneficiando os justos é um tema recorrente na sabedoria hebraica.
Quem fecha os ouvidos à Lei, até mesmo sua oração se tornará detestada.
Quem desvia os retos para o mau caminho, cairá em sua própria armadilha.
O rico se considera sábio, mas o pobre inteligente o desmascara.
Quando os justos triunfam, a festa é grande; quando os injustos imperam, todo mundo se esconde.
Quem esconde suas faltas, jamais tem sucesso; quem as confessa e abandona, alcança o perdão.
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Este verso fundamenta a teologia da confissão no judaísmo e cristianismo. A relação entre confissão e perdão reaparece claramente no NT (1jo1:9).
Feliz o homem que está sempre alerta, pois o turrão cai na desgraça.
Leão rugindo e urso faminto é o injusto governando um povo fraco.
Chefe insensato multiplica extorsões; quem odeia o lucro prolonga seus dias.
O homem culpado de assassinato fugirá até o túmulo: que ninguém tente segurá-lo.
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O 'sangue' aqui simboliza homicídio. A fuga inevitável do culpado ecoa o princípio de justiça retributiva (gn9:6). Arqueologia confirma que antigas leis do Oriente Médio (ex.: Código de Hamurábi) também puniam assassinatos com rigor.
Quem vive de modo íntegro será salvo; quem segue dois caminhos, num deles cairá.
Quem cultiva seu campo se saciará de pão; quem busca ilusões se saciará de miséria.
O homem leal receberá muitas bênçãos, mas quem quer enriquecer rapidamente não ficará impune.
Não é bom ser parcial, mas por um pedaço de pão, o homem comete um crime.
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A condenação ao favoritismo judicial por suborno é atestada em textos legais (dt16:19) e documentos antigos como o papiro Brooklyn 35.1446 (Egito, c. 1740 a.C.), mostrando que era um problema social real.
O ambicioso corre atrás da riqueza, e não sabe que vai cair na miséria.
Quem repreende alguém será mais estimado do que aquele que elogia.
Quem rouba seus pais e diz que não é pecado, é cúmplice de bandidos.
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Roubar pais era considerado gravíssimo (ex21:17). O 'companheiro do destruidor' sugere cumplicidade com forças do caos, tema comum na literatura sapiencial do Antigo Oriente.
O ambicioso provoca disputas, mas quem confia em Javé prospera.
Quem confia em si mesmo é insensato, mas quem procede com sensatez está a salvo.
Quem dá ao pobre não passa necessidade; e quem fecha os olhos para ele ficará coberto de maldições.
Quando os injustos imperam, todo mundo se esconde; quando eles desaparecem, os justos prosperam.