Provérbios 17

É melhor um pedaço de pão seco na tranquilidade, do que a casa cheia de banquetes e brigas.
O escravo sensato mandará no filho indigno e terá parte na herança com os irmãos.
Fornalha para a prata e forno para o ouro, porém Javé é quem prova as consciências.
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Metáfora comum na Bíblia: Deus testa os corações como metal refinado (compare com Sl 66:10 e Ml 3:3). A prata e o ouro exigiam processos de purificação extremos na antiguidade.
O malfeitor dá atenção aos lábios que maldizem, e o mentiroso dá ouvidos à língua perversa.
Quem zomba do pobre insulta o Criador, e quem ri do infeliz não ficará sem castigo.
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Princípio ético repetido em Pv 14:31. A ideia de que desprezar os pobres é ofender a Deus encontra paralelo em Mt 25:40, onde Jesus se identifica com os necessitados.
Os netos são a coroa dos anciãos, e os pais são a honra dos filhos.
Linguagem elevada não convém ao imbecil, e menos ainda a língua mentirosa para o príncipe.
O suborno é talismã para quem o dá: com ele, consegue tudo o que quer.
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Versículo controverso: pode ser interpretado como crítica à suborno (Êx 23:8) ou observação pragmática sobre o poder de influência dos presentes. A segunda linha sugere eficácia prática, não aprovação moral.
Quem busca amizade disfarça a ofensa; quem a repete afasta o amigo.
Mais vale uma repreensão para o inteligente do que cem golpes para o insensato.
O rebelde busca o mal, e será pego por um carrasco cruel.
É melhor encontrar uma ursa, da qual roubaram os filhotes, do que um insensato dizendo idiotices.
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Metáfora intensa: ursas eram conhecidas por ferozmente protegerem filhotes (2Sm 17:8). Comparação hiperbólica para mostrar que lidar com um louco é mais perigoso que enfrentar uma fera enfurecida.
Quem paga o bem com o mal, terá sempre o mal em sua casa.
Começo de briga é como rachadura na represa; é melhor desistir antes do processo.
Absolver o culpado e condenar o inocente são duas coisas que Javé detesta.
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Princípio jurídico divino: condenar inocentes ou absolver culpados são igualmente errados (Êx 23:7). Contrasta com a graça de Cristo (Rm 3:23-24), porém aqui trata-se de justiça humana distorcida, não de perdão divino.
Não adianta o insensato ter dinheiro para comprar sabedoria, porque ele não aprende nada.
Um amigo ama em qualquer tempo, e o irmão é para o dia do perigo.
Não tem bom senso quem faz um acordo como fiador do seu vizinho.
Quem procura briga é porque gosta de crime, e quem se gaba está buscando a ruína.
O coração perverso não encontrará a felicidade, e a língua tortuosa cairá na desgraça.
Quem gera um insensato acabará sofrendo, e o pai de um imbecil não terá alegria.
Coração alegre ajuda a sarar, mas espírito abatido seca os ossos.
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Sabedoria comprovada cientificamente: estudos modernos mostram ligação entre saúde mental e física (Psychosomatic Medicine, 2012). O termo 'secar os ossos' pode aludir à desidratação por estresse crônico.
O injusto aceita suborno às escondidas, para distorcer o curso da justiça.
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Prática comum no antigo Oriente Médio: subornos para influenciar juízes. Arqueologia comprova essa corrupção através de textos como o Código de Hamurabi (séc. XVIII a.C.), que menciona penalidades para juízes venais.
A sabedoria está bem diante do homem inteligente, mas o insensato olha para os confins do mundo.
Filho insensato é tormento para o pai e amargura para a mãe.
Não é bom multar quem tem razão, e pior ainda é açoitar os inocentes.
Quem fala pouco possui a ciência, e o homem inteligente mantém a calma.
Quando calado, o insensato passa por sábio e, se fecha bem a boca, passa por inteligente.
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Paradoxo repetido em Jó 13:5. Na cultura hebraica, o silêncio era associado à sabedoria (Ec 3:7). Filósofo grego Epiteto (séc. I) tinha dito similar: 'Temos duas orelhas e uma boca para ouvir mais e falar menos'.