Neemias 4

Quando ouviram contar que a refor­ma das muralhas de Jerusalém estava indo em frente e que as brechas começavam a ser fechadas, Sanabalat, Tobias, os árabes, o pessoal de Amon e o pessoal de Azoto ficaram irritados.
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Sambalate era governador da Samaria sob o Império Persa. Sua oposição à reconstrução reflete tensões políticas pós-exílio, já que muralhas fortificadas ameaçavam o equilíbrio de poder regional.
Combinaram atacar Jerusalém e espalhar confusão dentro dela.
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A menção de 'pedras queimadas' pode referir-se à destruição babilônica de 586 a.C. Arqueólogos encontraram camadas de cinzas e pedras calcinadas nessa camada (Strato VA-IVB em Lachish e Jerusalém).
Então invocamos o nosso Deus e colocamos guardas dia e noite para proteger a cidade.
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Tobias, governador amonita, aliado de Sambalate. A crítica sobre 'raposas derrubarem o muro' usa hipérbole para ridicularizar - raposas eram comuns na região (Ct 2:15).
Os judeus diziam: “Os carregadores estão esgotados e as ruínas são muitas. So­zinhos, não conseguiremos reconstruir a muralha!”
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Esta imprecação reflete o gênero de 'salmo de maldição' (Sl 35; 69). É polêmico por pedir vingança divina, mas contextualmente mostra a crença na justiça retributiva.
Enquanto isso, nossos inimigos comentavam: “Vamos nos in­­filtrar entre eles, sem que percebam. Nós os mataremos, e a construção ficará paralisada”.
Alguns judeus, que viviam entre eles, chegavam de diversos lugares e frequente­mente nos contavam que eles iam nos atacar.
Então organizei o povo por famílias, todos armados de espadas, lanças e arcos, e os coloquei em trincheiras por trás das muralhas e nos lugares abertos.
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A coalizão de árabes, amonitas e asdoditas revela alianças contra Judá. Asdod era rival desde o período filisteu (1Sm 5:1), enquanto amonitas tinham conflitos históricos (Ne 2:10,19).
Notando que o povo estava as­sustado, chamei a aten­ção do pessoal importante, das autoridades e de todo o povo, dizendo: “Não tenham medo deles! Lembrem-se que o Senhor é grande e terrível! E lutem por seus irmãos, filhos, filhas, mulheres e casas”.
Quando nossos inimigos perceberam que nós sabíamos de tudo, e que Deus tinha derrubado o plano deles, todos nós pudemos voltar para a reforma das muralhas, cada um para a sua tarefa.
A partir desse dia, porém, metade dos meus homens trabalhava, enquanto a outra metade ficava de prontidão com lanças, escudos, arcos e couraças, porque andavam atrás de todos os judeus
que reconstruíam a muralha. Os carregadores também estavam armados: com uma das mãos faziam o serviço e com a outra seguravam a arma.
Todos os construtores tinham a espada na cintura enquanto trabalhavam. Ao meu lado ficava sempre um tocador de trombeta,
porque eu havia dito ao pessoal importante, às autoridades e ao povo: “Temos muito trabalho, e numa extensão muito grande! Nós estamos muito espalhados, cada qual num ponto de muralha, longe um do outro.
Quando vocês ouvirem a trombeta, estejam onde estiverem, corram para se reunir conosco. O nosso Deus vai combater por nós”.
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A exortação 'lembrai-vos do Senhor' ecoa a teologia deuteronômica (Dt 7:18). Neemias une fé e ação militar, típico da liderança pós-exílica.
E assim continuamos, uns trabalhando e outros empunhando as lanças, desde o raiar da aurora até sur­girem as primeiras estrelas.
Nessa ocasião, eu disse também ao povo: “Todos pernoitarão em Jerusalém com seus serventes. De noite montaremos guarda e de dia traba­lha­remos”.
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A estratégia de trabalho armado é corroborada por fontes persas que relatam tensões na Yehud. O Museu de Israel exibe armas da época persa similares às descritas.
Eu, meus irmãos, meus serventes e meus guarda-costas dor­míamos vestidos e com a arma ao alcance da mão.