Naum 3

Ai da cidade sanguinária e traidora, cheia de rapina, insaciável de despojos!
Estalo de relhos, ruído de rodas girando, cavalos a galope, carros que pulam,
potros que empinam, espadas luzindo, lanças que faíscam! Multidões de feridos, montão de cadáveres, corpos sem conta, tropeça-se nos cadáveres.
Isso por causa das muitas seduções dessa prostituta, formosa e hábil feiticeira, que comprava nações com sua sedução e povos com seus encantamentos.
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A 'meretriz' aqui é uma metáfora para Nínive, acusada de idolatria e alianças políticas imorais. A linguagem lembra a condenação de Babilônia em Apocalipse 17-18. O termo 'feitiçarias' pode se referir a práticas ocultas ou manipulação política.
Por isso, aqui estou eu contra você! — oráculo de Javé dos exércitos. Vou levantar a barra da sua saia até à altura do rosto; vou mostrar às nações a sua nudez, e aos reis as suas partes vergonhosas.
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A exposição da nudez era um ato simbólico de humilhação pública (comparar com Isaías 47:3). O verso reforça a ideia de que a arrogância da Assíria seria revertida em vergonha internacional.
Jogarei sobre você a desonra, vou fazê-la passar vergonha, farei do seu caso um exemplo.
Então, qualquer um que vir você fugirá dizendo: “Nínive está arrasada! Quem terá compaixão dela? Onde encontrar quem a console?”
Por acaso você é melhor que Tebas, a cidade sentada entre os canais do Nilo, cercada de águas? A trincheira dela era o mar, e a muralha dela era de água.
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Nô-Amom é Tebas, capital do Egito, destruída pelos assírios em 663 a.C. (confirmado por registros de Assurbanipal). A menção serve de alerta: se Tebas caiu, Nínive também cairá, apesar de suas defesas naturais.
Sua força era a Etiópia e o Egito, que não tinha limites; Fut e os líbios eram suas tropas auxiliares.
Pois eles também foram para o exílio como escravos; também suas crianças foram despedaçadas em cada esquina de rua; rifaram suas autoridades, e todos os seus grandes foram acorrentados.
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A destruição de Tebas é descrita com detalhes históricos precisos: deportação em massa e execução de nobres. Arqueólogos encontraram relevos assírios em Nínive retratando este evento, validando o contexto.
Você também vai se embriagar e se esconder, procurando um lugar para onde fugir do inimigo.
Suas fortalezas parecem figueiras com figos temporãos: basta sacudi-las, e eles caem na boca de quem quiser comer.
Seu exército não é de homens, mas de mulheres; as portas do seu país estão abertas, escancaradas para seus inimigos, o fogo consumiu suas trancas.
Tire água para quando você estiver cercada; reforce suas torres fortificadas; entre no barreiro, amasse o barro, tome a fôrma.
Mesmo assim o fogo vai devorá-la e a espada vai liquidá-la. Multiplique-se como os grilos, e torne-se numerosa como os gafanhotos!
Você multiplicou, mais do que as estrelas do céu, o número dos seus comerciantes. O grilo pula e voa longe.
Seus guardas parecem bandos de gafanhotos, e seus funcionários um enxame de insetos que pousa no muro em dia de frio. Mas, quando sai o sol, vão embora, e ninguém mais sabe para onde foram.
Ah! Rei da Assíria! Seus pastores cochilaram, seus comandantes dormiram; seu povo se espalhou pela montanha e ninguém consegue reuni-lo novamente.
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Profecia cumprida: a Assíria foi destruída em 612 a.C. por babilônios e medos. Tabletes cuneiformes da Crônica Babilônica (British Museum) confirmam o colapso repentino do império, como previsto aqui.
Não há cura para os seus ferimentos, a sua chaga é incurável. Quem ouve notícias suas bate palmas, porque sobre quem não passou continuamente a maldade de você?