Josué 4

Quando todo o povo acabou de atravessar o Jordão, Javé disse a Josué:
“Escolham doze homens do povo, um de cada tribo,
e mandem que eles tirem daqui, do meio do Jordão, do lugar onde os sacerdotes pisaram, doze pedras. Levem as pedras com vocês e as coloquem no acam­pamento onde irão pernoitar”.
Josué chamou os doze homens que havia escolhido entre os israelitas, um de cada tribo,
e ordenou: “Passem na frente da arca de Javé seu Deus para o meio do Jordão, e cada um carregue no ombro uma pedra, conforme o número das tribos de Israel,
a fim de que isso venha a ser um sinal no meio de vocês. Amanhã, quando seus filhos perguntarem o que significam essas pedras,
vocês responderão: ‘É que a água do Jordão foi cortada diante da arca da aliança de Javé. Quando a arca passou pelo Jordão, a água foi cortada, e estas pedras ficaram entre os israelitas como lembrança para sempre’ ”.
Os israelitas fizeram o que Josué havia mandado: pegaram doze pedras do meio do Jordão, como Javé ordenara a Josué, segundo o número das tribos de Israel; e as levaram para o acampamento, e aí as colocaram.
Josué levantou doze pedras no meio do Jordão, no lugar onde haviam pisado os pés dos sacerdotes que levavam a arca da aliança. E elas estão aí até o dia de hoje.
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A menção de que as 12 pedras estavam no Jordão 'até ao dia de hoje' levanta questões sobre a datação do texto. Arqueologicamente, não há registros dessas pedras, o que alimenta debates sobre se o autor era contemporâneo aos eventos ou escreveu séculos depois.
Os sacerdotes que levavam a arca fi­­ca­­ram parados no meio do Jordão, até que se cumpriu tudo o que Javé mandara Josué dizer ao povo, conforme tudo o que Moisés tinha ordenado a Josué. E o povo se apressou em atravessar.
Quando todos acabaram de atravessar, atravessou também a arca de Javé, e os sacerdotes se colocaram diante do povo.
À frente dos israelitas atravessaram os rubenitas, os gaditas e a meia tribo de Manassés, em ordem de batalha, conforme Moisés lhes havia ordenado.
Cerca de quarenta mil homens de guerra, armados, atravessaram à frente de Javé para o combate, em direção à planície de Jericó.
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O número de 40 mil guerreiros das tribos transjordanianas (Nm 26:7,34,37) parece baixo comparado aos censos do deserto. Há divergências entre manuscritos: a LXX menciona 30 mil, sugerindo possível erro de transcrição ou interpretação simbólica do número.
Nesse dia, Javé engrandeceu a Jo­sué diante de todo o Israel, para que o respeitassem, da mesma forma que haviam respeitado a Moisés enquanto viveu.
Javé disse, então, a Josué:
“Mande que os sacerdotes que levam a arca do testemunho subam do Jordão”.
Josué ordenou aos sacerdotes: “Subam do Jordão”.
Quan­do os sacerdotes, que levavam a ar­ca da aliança de Javé, subiram do meio do Jor­dão, assim que a sola dos pés dos sacerdotes tocou a terra seca, as águas do Jordão voltaram para o lugar e correram como antes, cobrindo inteiramente as duas margens.
O povo atravessou o Jordão no dia dez do primeiro mês e acampou em Guilgal, no extremo leste de Jericó.
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Gilgal, importante local de acampamento israelita, nunca foi identificado com certeza. Arqueólogos propõem sítios como Khirbet el-Mafjir, mas não há consenso. A data (10 do 1º mês) coincide com a preparação para a Páscoa (Ex 12:3), reforçando o paralelo com o Êxodo.
Josué colocou em Guilgal as doze pedras que ha­viam tirado do Jordão,
e disse aos is­raelitas: “Amanhã, quando os filhos de vocês per­guntarem aos pais o que significam essas pedras,
vocês dirão a eles: ‘Israel atravessou o Jordão a pé enxuto.
Javé seu Deus secou a água do Jordão diante de vocês, até que tivessem atravessado, da mesma forma como Javé seu Deus fez com o mar Vermelho, que ele secou diante de nós, até que tivéssemos atravessado.
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A comparação entre a travessia do Jordão e a do Mar Vermelho (Ex 14:21-22) cria um paralelo teológico: Josué é retratado como novo Moisés, e as ações divinas confirmam a continuidade da aliança.
Isso aconteceu para que todos os povos da terra saibam como é forte a mão de Javé, a fim de que vocês temam sempre a Javé seu Deus’ ”.