Jeremias 1

Palavras de Jeremias, fi­lho de Helcias, um dos sacerdotes de Anatot, no território de Benjamim.
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Anatote era uma cidade sacerdotal (josh21:18), indicando que jeremias tinha origem levítica. Isso explica sua familiaridade com o culto e a lei.
A palavra de Javé lhe foi dirigida no décimo terceiro ano do reinado de Josias, filho de Amon, rei de Judá.
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Josias reinou de 640-609 a.c., conhecido por reformas religiosas (2rs22-23). O 13º ano (627 a.c.) marca o início do ministério de jeremias, antes da queda de ninive (612 a.c.).
E também no tempo de Joaquim, filho de Josias, rei de Judá, até o final do décimo primeiro ano de Sedecias, filho de Josias, rei de Judá, ou seja, até a deportação de Jerusalém, que aconteceu no quinto mês.
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Jeoiaquim (609-598 a.c.) e zedequias (597-586 a.c.) foram os últimos reis antes do exílio babilônico. O 'quinto mês' refere-se à destruição de jerusalém em 586 a.c. (2rs25:8-9).
Recebi a palavra de Javé que me dizia:
“Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações”.
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A eleição divina pré-natal é tema também em is49:1,5 (servo do senhor) e gl1:15 (paulo). Alguns veem paralelos messiânicos, mas o contexto é específico à missão profética.
Mas eu respondi: “Ah, Senhor Javé, eu não sei falar, porque sou jovem”.
Javé, porém, me disse: “Não diga ‘sou jovem’, porque você irá para aqueles a quem eu o mandar e anunciará aquilo que eu lhe ordenar.
Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo — oráculo de Javé”.
Então Javé estendeu a mão, tocou em minha boca e me disse: “Veja: estou colocando minhas palavras em sua boca.
Hoje eu estabeleço você sobre nações e reinos, para arrancar e arrasar, para demolir e destruir, para construir e plantar”.
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A dupla missão (destruir/edificar) reflete o padrão profético de juízo e restauração. Compara-se com jer18:7-10 e 2cor10:8 (autoridade apostólica).
Javé me dirigiu a palavra: “O que você está vendo, Jere­mias?” Respondi: “Estou vendo um ramo de amendoeira”.
Javé continuou: “Você viu bem, Jeremias, porque eu estou vigiando para cumprir a minha palavra”.
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A amendoeira (hebr. 'shaqed') simboliza vigilância (hebr. 'shoqed'), jogo de palavras. A vara de aaron (nm17:8) também era de amendoeira, ligada ao cuidado divino.
De novo Javé me dirigiu a palavra: “O que você está vendo?” Respondi: “Estou vendo uma panela fervendo, inclinada do Norte para cá”.
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A 'panela do norte' aponta para a babilônia. Nebuchednezzar invadiu judá em 605 a.c. (2rs24:1). Jeremias usa imagens similares em jer4:6 e jer6:1.
Javé continuou: “Do lado norte se derramará a desgraça sobre todos os moradores do país.
Vou convocar todas as tribos dos reinos do Norte — oráculo de Javé —. Elas virão e cada qual colocará o seu trono diante das portas de Jerusalém, contra suas muralhas e contra todas as cidades de Judá.
Eu então pronunciarei as minhas sentenças contra eles, por causa de todas as maldades que cometeram, abandonando-me para sacrificar a outros deuses e adorar o trabalho de suas próprias mãos.
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A idolatria de judá é corroborada por descobertas arqueológicas de altares canaanitas e estatuetas de aserá em jerusalém, confirmando 2rs17:16-17.
Quanto a você, arregace as mangas, levante-se e diga a eles tudo o que eu man­dar. Não tenha medo; senão eu é que farei você ter medo deles.
Eu hoje faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze contra o país inteiro: contra os reis de Judá e seus chefes, contra os sacerdotes e contra os proprietários de terras.
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A metáfora de fortaleza divina ecoa em ez3:8-9. Ironicamente, jerusalém cairia, mas jeremias seria protegido (jer39:11-12).
Eles farão guerra contra você, mas não o vencerão, pois eu estou com você para protegê-lo” — oráculo de Javé.