Isaías 38

Nessa ocasião, Ezequias adoeceu de uma enfermidade mortal. O profeta Isaías, filho de Amós, foi visitá-lo e disse-lhe: “Assim diz Javé: Ponha em ordem a sua casa porque você vai morrer, não vai escapar”.
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Ezequias era rei de judá no século viii a.c., período de pressão assíria sobre israel. Sua doença é mencionada também em 2reis20:1-11. A ordem 'põe em ordem tua casa' reflete o costume de preparar heranças e sucessão antes da morte.
Então Ezequias virou o rosto para a parede e fez esta prece a Javé: “Ah! Javé! Não te esqueças: eu procurei sempre andar na tua presença com toda a fidelidade e de coração limpo, e procurei sempre fazer o que era bom aos teus olhos”.
E Ezequias começou a chorar convulsivamente.
Então, a palavra de Javé veio a Isaías com esta mensagem:
“Vá falar a Ezequias: Assim diz Javé, o Deus de seu antepassado Davi: Ouvi a sua oração, e vi as suas lágrimas. Eu vou aumentar em quinze anos a duração de sua vida.
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A extensão de 15 anos da vida de ezequias levou ao nascimento de seu filho manassés (2reis21:1), que se tornou um rei idólatra. Isso gera discussão teológica sobre as consequências de prolongar a vida humana contra os desígnios divinos.
Vou também livrá-lo das mãos do rei da Assíria, a você e a esta cidade. Eu mesmo vou proteger esta cidade”.
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A libertação da assíria refere-se ao cerco de jerusalém por senaqueribe em 701 a.c., registrado no prisma de taylor (documento assírio que confirma o cerco, mas não menciona a derrota descrita em isaías37:36).
Isaías respondeu: “O sinal de que Javé vai cumprir o que prometeu, é este:
No relógio de sol de Acaz farei com que a sombra volte para trás os dez degraus que avançou”. E o sol voltou os dez degraus que já tinha avançado no relógio.
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O 'relógio de acaz' provavelmente era uma escadaria com marcas de sombra. O retrocesso da sombra é interpretado como milagre local (2reis20:8-11). Há debate se foi um eclipse ou fenômeno atmosférico, mas não há evidências astronômicas para 10 graus (40 minutos).
Cântico de Ezequias, rei de Judá, por ocasião de sua doença e da cura que obteve.
Eu dizia: “Bem no meio da minha vida, eu me vou; pelo resto dos meus anos, ficarei postado à porta da mansão dos mortos”.
Eu dizia: “Não verei mais a Javé na terra dos vivos, nem verei mais ninguém entre os habitantes da terra.
Levantam e enrolam a minha morada como tenda de pastores. Como um tecelão, eu tecia a minha vida e me cortaram os fios. Dia e noite foste acabando comigo.
Clamo até o amanhecer. Como leão, ele quebra todos os meus ossos; dia e noite tu me consumias.
Estou piando como andorinha, arrulhando como pomba; meus olhos estão cansados de olhar para o alto. Estou oprimido: ajuda-me, Senhor!
Que direi, que poderei falar, se foi ele quem fez isso? Hei de passar todos os anos da minha vida com alma amargurada.
Aqueles que Deus protege, vivem; e entre eles, viverá o meu espírito: tu me curaste e me fizeste reviver.
A minha amargura se transformou em paz, quando arrancaste a minha vida da tumba vazia e voltaste as costas para todos os meus pecados.
De fato, a mansão dos mortos não te louva; não é a morte que te entoa hinos. Quem baixa à cova não espera mais a tua fidelidade.
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A visão de que os mortos não louvam a deus reflete a crença judaica pré-exílica no sheol (abismo dos mortos), diferente da ressurreição posterior (daniel12:2). Contrasta com salmos6:5 e job19:25-27, mostrando evolução teológica.
Quem está vivo é que vai te louvar, como eu estou fazendo agora. O pai ensina a seus filhos a tua fidelidade.
Salva-me, Javé, e tocaremos nossas harpas todos os dias da nossa vida no Templo de Javé”.
Isaías ordenou: “Tragam um emplastro de figos e o coloquem sobre a ferida, para que ele recupere a saúde”.
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O uso de figos como remédio era comum no antigo oriente (jeremias8:22). A combinação de intervenção divina e tratamento natural aparece em 2reis20:7, mostrando integração entre fé e práticas médicas da época.
Ezequias disse: “Qual é o sinal de que subirei ao Templo de Javé?”