Eclesiastes 5

Quando você falar com Deus, não seja precipitado, e o seu coração não se apresse a falar, porque Deus está no céu, e você está na terra. Por isso, fale pouco.
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A crítica ao ritualismo religioso ecoa em Provérbios 21:27. Sacrifícios sem sinceridade eram condenados desde os profetas (Is 1:11-17). O Templo de Jerusalém exigia conduta reverente, mas muitos transformavam o culto em mera formalidade.
De fato, o sonho vem das muitas ocupações, e do muito falar nasce a voz do insensato.
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A advertência contra palavras impulsivas reflete costumes de oração no Segundo Templo (séc. VI-IV a.C). Jesus reforçaria esse princípio contra repetições vãs (mt6:7).
Por isso, quando você fizer uma promessa a Deus, não tarde em cumpri-la, porque ele não é benévolo com os insensatos. Cumpra o que você prometeu.
É melhor não fazer uma promessa, do que fazê-la e não cumpri-la.
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Os votos eram levados extremamente a sério no antigo Oriente Médio. O caso de Ananias e Safira (at5:1-11) ilustra as consequências de promessas não cumpridas.
Não deixe que sua boca o leve ao pecado, nem diga ao representante de Deus que foi sem pensar. Deus ficaria irritado contra o que você prometeu, e arruinaria o trabalho de suas mãos.
Quando se multiplicam sonhos e coisas passageiras, aí se multiplicam as palavras. Quanto a você, tema a Deus.
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'Diante do anjo' gera debates: 1) Sacerdote como representante divino (Ml2:7), 2) Anjo literal guardião do culto. Papiros de Elefantina (séc.V a.C) confirmam a prática de registrar votos por escrito no templo.
Se você vê num Estado a opressão do pobre, o direito e a justiça violados, não se espante com isso, pois quem está no alto tem sempre outro mais alto que o vigia. E sobre os dois, há outros mais altos ainda.
O interesse do país deve ser considerado no conjunto, e até o rei depende da agricultura.
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A hierarquia provincial mencionada combina com a estrutura administrativa persa (satrapias) que influenciou Israel pós-exílio. Inscrições de Behistun (520 a.C) detalham esse sistema de controle imperial.
Quem gosta de dinheiro nunca se sacia de dinheiro. Quem é apegado às riquezas nunca se farta com a renda. Isso também é fugaz.
Quando as riquezas aumentam, crescem também aqueles que as devoram. Que vantagem tem o proprietário, além de ficar sabendo que é rico?
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Paralelo em 1Timóteo 6:10 sobre a idolatria do dinheiro. Arqueologia mostra que a economia monetária se expandiu no período helenístico (séc.IV a.C), aumentando a crítica à ganância.
Coma muito ou coma pouco, o sono do trabalhador é gostoso, enquanto a fartura do rico não o deixa dormir.
Há outro mal doloroso que vejo debaixo do sol: riquezas que o proprietário acumula para a sua própria desgraça.
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Contraste entre a paz do trabalhador e a ansiedade do rico aparece em textos egípcios contemporâneos, como 'A Sátira das Profissões' (séc.XX a.C).
Em mau negócio, ele perde o patrimônio, e seu filho fica de mãos vazias.
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Acúmulo de riquezas era visto como risco, não segurança. A parábola do rico insensato (lc12:16-21) desenvolve essa ideia.
Nu ele saiu do ventre de sua mãe, e assim voltará; e de suas fadigas não ganhará nada para levar consigo.
Também isso é um mal doloroso. Ele vai embora da mesma forma que veio. Que proveito tirou em ter se afadigado por nada?
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A nudez simbólica no nascimento e morte aparece em Jó 1:21. Textos ugaríticos (séc.XIII a.C) já usavam essa imagem para falar da fragilidade humana.
Ele consumiu seus dias em trevas, entre aflições, abatimentos e irritações.
Concluí que a felicidade para o homem é comer e beber, usufruindo de toda a fadiga que ele realiza debaixo do sol, durante os dias de vida que Deus lhe concede. Essa é a sua porção.
Todo homem que recebe de Deus riquezas e bens para que possa sustentar-se, ter a sua porção e desfrutar do seu trabalho, considere isso dom de Deus.
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O 'dom de Deus' sendo o contentamento contrasta com a filosofia estoica contemporânea. A Septuaginta (tradução grega do séc.III a.C) reforça essa ideia de alegria como dádiva divina.
Desse modo, o homem não se preocupa demais com sua vida fugaz, porque Deus o mantém ocupado na alegria do coração.