Baruc 2

Por isso, o Senhor cumpriu as amea­ças feitas contra nós e nossos juízes que governavam Israel, nossos reis, nossas autoridades e todos os cidadãos de Israel e Judá.
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Refere-se ao exílio babilônico (586 a.C.), evento histórico confirmado por registros arqueológicos como os 'Crônicas da Babilônia'. A menção a líderes e cidadãos punidos ecoa 2Reis 25:1-21.
Debaixo do céu, jamais aconteceu coisa igual a tudo o que aconteceu em Je­rusalém, conforme está escrito na lei de Moisés:
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A referência à Lei de Moisés aponta para Deuteronômio 28:53-57, onde a prática de canibalismo durante cercos é prevista como castigo pela desobediência.
que indivíduos iriam comer a carne de seus próprios filhos e filhas.
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Cumprimento literal da profecia de Dt 28:53-57. Evento histórico relatado em Lamentações 4:10 durante o cerco de Jerusalém.
O Senhor entregou os israelitas em mãos de todos os reinos ao redor e deixou o seu território desolado, tornando-os objeto de caçoada e desprezo dos povos, entre os quais o Senhor os espalhou.
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A desolação de Judá após a conquista babilônica é corroborada por evidências arqueológicas, como a ausência de camadas arqueológicas no período no sítio de Jerusalém.
Foi assim que se tornaram vassalos e não senhores, pois pecamos contra o Senhor nosso Deus, quando deixamos de dar atenção à sua voz.
O Senhor nosso Deus é justo; hoje a vergonha pesa sobre nós e nossos antepassados.
Todas as ameaças que o Senhor havia pronunciado caíram sobre nós;
contudo, não aplacamos ao Senhor, convertendo-nos de nossa atitude perversa.
Por isso, o Senhor prestou atenção e nos enviou as desgraças com que nos havia ameaçado. O Senhor foi justo em tudo o que fez contra nós,
porque não lhe obedecemos, colocando em prática o que nos havia mandado.
Senhor, Deus de Israel, que tiraste o teu povo do Egito com mão poderosa, com sinais e prodígios, com grande força e braço firme, criando para ti uma fama que dura até hoje:
Nós pecamos, não guardamos respeito, praticamos a injustiça, ó Senhor, nosso Deus, contra todos os teus mandamentos;
afasta de nós a tua ira, pois nos tornamos um pequeno resto entre as nações por onde nos espalhaste.
Ouve, Senhor, a nossa prece e a nossa súplica, libertando-nos por causa da tua honra. Faz com que ganhemos o favor daqueles que nos exilaram,
a fim de que a terra fique sabendo que tu és o Senhor nosso Deus, pois o teu nome foi invocado sobre Israel e seus descendentes.
Senhor, do alto de tua santa morada, olha para nós. Inclina, Senhor, o teu ouvido e escuta.
Abre, Senhor, os teus olhos e observa: os mortos no túmulo com seus corpos já sem vida não podem cantar tua glória e tua justiça.
Aquele que geme sob o peso, andando encurvado e esgotado, olhos baixos, passando fome, é ele quem reconhece tua glória e tua justiça, Senhor.
Não é apoiados no que os nossos antepassados ou nossos reis praticaram de bom, que nós vimos implorar a tua misericór­dia, Senhor nosso Deus.
O furor e a ira que der­ramaste sobre nós estão de acordo com o que falaste por meio dos profetas, teus servos. Eles disseram:
‘Assim fala o Senhor: Dobrem os ombros e submetam-se ao rei da Babilônia, para ficarem na terra que dei aos antepassados de vocês.
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A submissão à Babilônia foi pregada por Jeremias (Jr 27:8-12). A recusa em obedecer levou à destruição, conforme 2Crônicas 36:15-16.
E se vocês desobedecerem ao Senhor e não se submeterem ao rei da Babilônia,
deixarei desertos os povoados de Judá e tirarei de Jerusalém os gritos de alegria, o barulho da festa, a voz do noivo e da noiva, e o país se transformará num lugar deserto e sem habitante’.
Nós, porém, não obedecemos à tua ordem de nos submetermos ao rei da Babilônia, e tu cumpriste a tua palavra anunciada pelos profetas, teus servos: tiraram da sepultura os ossos de nossos reis e antepassados
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A profecia sobre os ossos dos reis desenterrados cumpre Jeremias 8:1-2. Autoria de Baruc é questionada: embora atribuído ao secretário de Jeremias, o grego sofisticado sugere composição tardia (séc. II a.C.).
e os deixaram expostos ao calor do dia e ao frio da noite. Muitos morreram em situações terríveis: de fome, ao fio da espada ou de peste.
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Mortes por fome, espada e peste correspondem às maldições de Dt 28:21-25 e ao relato histórico de 2Reis 25:3.
Por causa da maldade da casa de Israel e da casa de Judá, reduziste ao estado em que se encontra hoje o Templo sobre o qual teu nome foi invocado.
No entanto, agiste conosco, Senhor nos­so Deus, em conformidade com tua imensa piedade e compaixão,
conforme falaste por meio do teu servo Moisés, quando o mandaste escrever a tua lei na presença de Israel:
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A menção à Lei escrita por Moisés reflete Dt 28:15-68. A promessa de restauração em Dt 30:1-5 é retomada aqui.
‘Se vocês deixarem de ouvir a minha palavra, esta grande multidão ficará reduzida a uns poucos no meio das nações para onde a espalharei.
Eu sei que eles não vão me obedecer, porque são todos um povo que não abaixa a cabeça. Contudo, no exílio eles se converterão
e reconhecerão que eu sou o Senhor Deus deles. Então lhes darei inteligência e ouvidos dóceis
e, na terra do seu exílio, me louvarão e se lembrarão do meu nome.
Eles se arrependerão de sua rebeldia e do mau comportamento, pois se lembrarão do caminho de seus antepassados, que pecaram contra o Senhor.
Então, eu os levarei de volta para a terra que jurei dar aos seus antepassados Abraão, Isaac e Jacó. Eles a possuirão, eu os farei crescer, e eles nunca mais diminuirão.
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A 'aliança eterna' ecoa Jr 31:31-34. A promessa de posse permanente da terra contrasta com a realidade histórica da diáspora pós-70 d.C., indicando expectativas teológicas do período pós-exílico.
Farei com eles uma aliança eterna: eu serei o Deus deles e eles serão o meu povo. Nunca mais vou expulsar meu povo Israel da terra que lhe dei’.