Amós 7

Isto me mostrou o Senhor Javé: Apareceu uma nuvem de gafanhotos pouco antes da colheita do feno, depois de cortado o feno do rei.
Quando iam acabar com todo o verde da terra, eu disse: “Por favor, Javé, perdoa! Jacó é tão pequeno! Como poderá resistir?”
Então Javé se compadeceu, e disse: “Isso não vai acontecer” — diz Javé.
Isto me mostrou o Senhor Javé: O Senhor Javé convocava o fogo para fazer o julgamento. O fogo consumia o grande oceano e devorava as roças.
E eu disse: “Por favor, pára, Senhor Javé! Jacó é tão pequeno! Como poderá resistir?”
Javé se compadeceu, e disse: “Nem isso acontecerá” — diz Javé.
Isto me mostrou o Senhor Javé: Javé estava sobre um muro e, na mão, tinha um prumo.
E Javé me disse: “O que é que você está vendo, Amós?” Eu respondi: “Um prumo”. E ele me disse: “Vou tirar o nível do meu povo Israel. Não o perdoarei mais.
Serão arrasados os lugares altos de Isaac, os santuários de Israel serão destruídos, e eu empunharei a espada contra a dinastia de Jeroboão”.
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A profecia sobre a casa de Jeroboão refere-se a Jeroboão II, rei de Israel (793-753 a.C.). Embora ele tenha morrido naturalmente (2reis14:23-29), seu filho Zacarias foi assassinado após 6 meses de reinado (2reis15:8-10), cumprindo a ameaça de fim da dinastia.
Amasias, sacerdote de Betel, mandou falar assim a Jeroboão, rei de Israel: “Amós está tramando contra Vossa Majestade, dentro do reino de Israel. O país não pode tolerar mais as suas palavras,
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Betel era um santuário real estabelecido por Jeroboão I (1reis12:28-33). Amazias, sacerdote ali, representa a corrupção religiosa que unia poder político e culto idolâtrico. A acusação de conspiração revela a tensão entre profetas e o establishment.
pois Amós está dizendo que Jeroboão deverá ser morto pela espada e que Israel deverá ir para o exílio, para longe do seu país”.
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A contradição aparente (Jeroboão II não morreu pela espada) mostra que profecias dinásticas podem ter cumprimento ampliado. A deportação de Israel ocorreu em 722 a.C. pelos assírios (2reis17:6), corroborado por registros arqueológicos como o Prisma de Sargão II.
Então Amasias disse a Amós: “Vidente, vá embora daqui. Retire-se para a terra de Judá. Vá ganhar a sua vida fazendo lá suas profecias.
Não me venha mais fazer profecias em Betel, pois isto aqui é o santuário do rei, e é templo do reino”.
Amós respondeu a Amasias: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta. Eu sou criador de gado e cultivador de sicômoros.
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Amós nega ser 'profeta profissional' (contrastando com os profetas da corte). 'Cultivador de sicômoros' refere-se à figueira-do-egito, cujo fruto exigia corte manual - detalhe que confirma sua origem rural, apoiado por achados arqueológicos de ferramentas agrícolas da época.
Foi Javé quem me tirou de trás do rebanho, e me ordenou: ‘Vá profetizar ao meu povo Israel’.
Pois bem, escute agora a palavra de Javé! Você está dizendo: ‘Não profetize contra Israel, não despeje suas palavras contra a casa de Isaac’.
Pois bem, assim diz Javé: ‘A sua mulher vai se tornar a prostituta da cidade; seus filhos e suas filhas vão morrer a golpe de espada; sua terra será repartida na corda, e você mesmo irá morrer em terra estrangeira. E Israel será levado para o exílio, longe de sua terra’”.
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A morte 'na terra imunda' pode aludir ao exílio na Assíria. Arqueologia comprova deportações em massa através de relevos assírios como os de Nínive mostrando cativos israelitas.