2 Samuel 5

Todas as tribos de Israel foram encontrar-se com Da­vi em Hebron, e lhe propuseram: “Veja! So­mos do mesmo sangue.
Já antes, quando Saul era nosso rei, o verdadeiro comandante de Israel era você. E Javé lhe disse: ‘Você será o pastor do meu povo Israel. Você será o chefe de Israel’ ”.
Todos os anciãos de Israel foram visitar o rei em Hebron, e Davi fez um pacto com eles em Hebron, diante de Javé. E eles ungiram Davi como rei de Israel.
Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e reinou durante quarenta anos.
Em Hebron, ele reinou sete anos e meio sobre Judá. Depois, em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e sobre Judá.
Davi marchou com seus homens sobre Je­rusalém, contra os jebuseus que habitavam o território. Os jebuseus disseram a Davi: “Não entre aqui, porque bastam os cegos e aleijados para o repelir”. Era a ma­neira de dizer que Davi não entraria na cidade.
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Os jebuseus, habitantes originais de Jerusalém, desafiaram Davi com um provérbio sobre cegos e coxos, possivelmente referindo-se a defesas naturais da cidade. Arqueólogos identificaram estruturas como o 'Poço de Warren' (século XVIII a.C.), que pode ser o 'canal' mencionado.
Mas Davi conquistou a fortaleza de Sião, que ficou sendo a cidade de Davi.
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A 'cidade de Davi' corresponde à área arqueológica de Jerusalém oriental, onde escavações revelaram fortificações da Idade do Ferro (século X a.C.), corroborando a narrativa bíblica.
Nesse dia, Davi disse: “Todo aquele que ferir os jebuseus e subir pelo canal... Quanto aos cegos e aleijados, Davi os detesta”. É por isso que se diz: “Os cegos e aleijados não poderão entrar no Templo”.
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A ordem de Davi contra cegos e coxos é polêmica. Alguns veem aqui uma expressão de desprezo ritual por deficiências, enquanto outros interpretam como metáfora para eliminar resistência jebusita.
Davi se instalou na fortaleza e deu-lhe o nome de Cidade de Davi. Em seguida, construiu uma grande muralha ao seu redor, desde o Melo até o interior.
Davi ia crescendo em poder. E Javé, Deus dos exércitos, estava com ele.
Hiram, rei de Tiro, enviou uma embaixada a Davi, com madeira de cedro, carpinteiros e pedreiros, para construir um palácio para Davi.
Então Davi percebeu que Javé o tinha confirmado como rei sobre Israel, e lhe estava exal­tando a realeza por causa de Israel, povo de Javé.
Chegando de Hebron, Davi ainda tomou concubinas e mulheres em Jerusalém, e teve filhos e filhas.
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A multiplicação de esposas por Davi contradiz Deuteronômio 17:17, que proíbe os reis de Israel de terem muitas mulheres. Isso mostra tensão entre a narrativa histórica e a lei mosaica.
Os nomes dos filhos que teve em Jerusalém são: Samua, Sobab, Natã, Salomão,
Jebaar, Elisua, Nafeg, Jáfia,
Elisama, Baaliada e Elifalet.
Os filisteus souberam que Davi fora ungido rei de Is­rael e subiram todos para o capturar. Ao saber disso, Davi desceu para o refúgio.
Os filisteus chegaram e se espalharam pelo vale dos Rafaim.
Então Davi consultou a Javé: “Devo atacar os filisteus? Tu os entregarás em meu poder?” Javé respondeu a Davi: “Pode atacar. Vou lhe entregar os filisteus em seu poder”.
Davi foi para Senhor-das-Brechas e aí venceu os filisteus. Davi disse: “Javé abriu para mim uma brecha nos meus inimigos, como uma brecha feita pelas águas”. É por isso que esse lugar se chama Senhor-das-Brechas.
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Baal-Perazim significa 'Senhor das Rupturas'. O uso de 'Baal' (título cananeu para 'senhor') aqui foi posteriormente evitado por associação com idolatria, indicando possível edição textual tardia.
Os filisteus abandonaram aí seus ídolos, e Davi com seus homens os levaram.
Os filisteus subiram outra vez e se espalharam pelo vale dos Rafaim.
Davi consultou a Javé, que respondeu: “Não os ataque pela frente. Dê a volta por trás deles e os ataque pelo lado das amoreiras.
Quando você ouvir um rumor de passos na copa das amoreiras, aja com rapidez, porque é Javé quem avança à frente de vo­cê para derrotar o exército filisteu”.
Da­vi fez exatamente o que Javé tinha mandado, e derrotou os filisteus desde Gabaon até a entrada de Gazer.
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A campanha de Davi de Geba a Gezer encontra paralelos em descobertas arqueológicas como a Destruição de Gezer (século X a.C.), mas a cronologia exata permanece disputada entre estudiosos.