Tiago 5

E agora vós, que sois ricos, chorai e gemei ante as desgraças que estão por cair sobre vós!
Vossa riqueza apodreceu e vossas vestes foram devoradas pela traça.
Vosso ouro e vossa prata enferrujaram, e sua ferrugem dará testemunho contra vós, devorando vossas carnes. Acumulastes tesouros para os últimos dias.
Vede: o salário, do qual defraudastes os trabalhadores que ceifaram vossos campos, clama; e os gritos dos ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos.
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O verso denuncia a retenção de salários, prática condenada na Lei Mosaica (lv19:13; dt24:14-15). A expressão 'Senhor dos Exércitos' remete ao Deus que intervém em juízo, comum em profetas como Amós e Malaquias (ml3:5).
Na terra vivestes no prazer e no luxo, cevando vossos apetites para o dia da matança.
Condenastes e matastes o justo, sem que ele vos resistisse.
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A acusação 'condenastes e matastes o justo' é polêmica. Alguns interpretam como alusão à crucificação de Jesus (mt27:1-2; at3:14-15) ou à perseguição de pobres/profetas (tg2:6; mt23:35).

A vinda do Senhor.

Tende paciência, irmãos, até a vinda do Senhor. Vede como o lavrador aguarda o precioso fruto da terra, esperando com paciência que caia a chuva do outono e a da primavera.
Sede pacientes também vós, reanimai-vos, porque a vinda do Senhor está próxima.
Irmãos, não vos queixeis uns dos outros para não serdes julgados; vede, o juiz está às portas!
Tanto no suportar as injúrias como na paciência, irmãos, tomai por modelo os profetas, que falaram em nome do Senhor.
Vede: proclamamos bem-aventurados os que suportaram provações. Ouvistes falar da constância de Jó e vistes a sorte final que lhe reservou o Senhor; pois “o Senhor é misericordioso e compassivo”.

Não jurar.

Mas, sobretudo, irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem useis de juramento algum; mas vosso “sim” seja sim e vosso “não” seja não, para não incorrerdes no juízo.
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A proibição de jurar ecoa o ensino de Jesus (mt5:34-37). A ênfase na integridade da palavra contrasta com práticas judaicas de juramentos condicionais.

A unção dos enfermos.

Alguém de vós está sofrendo? Reze. Alguém está alegre? Cante. Alguém de vós está doente?
Chame os presbíteros da Igreja, a fim de que rezem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor.
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A unção com óleo por presbíteros gerou interpretações variadas: desde ritual medicinal até símbolo do Espírito Santo. A relação entre cura física e perdão de pecados é discutida – alguns manuscritos gregos usam 'salvará' (sozo) com duplo sentido (cura/redenção).
A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se ele cometeu pecados, estes serão perdoados.

O poder da oração.

Confessai, pois, vossos pecados uns aos outros e rezai uns pelos outros a fim de serdes curados; a oração fervorosa do justo tem grande valor.
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A eficácia da oração do justo é ilustrada com Elias (versos 17-18), mostrando que mesmo figuras veneráveis eram humanas. A exortação à confissão mútua não implica sacramento, mas transparência comunitária.
Elias era pessoa como nós; rezou com insistência para que não caísse chuva, e não choveu sobre a terra durante três anos e seis meses.
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Elias (1rs17:1) é apresentado como exemplo de fé, não de perfeição. Os '3 anos e 6 meses' de seca seguem a tradição de Lc4:25, diferindo de 1rs18:1 que menciona 3 anos.
Depois rezou de novo, e o céu deu a chuva, e a terra produziu seu fruto.
Meus irmãos, se algum de vós se afastar da verdade e um outro o reconduzir,
fique sabendo: aquele que converter um pecador de seu erro salvará sua alma da morte e cobrirá uma multidão de pecados.