Eclesiástico 33

A quem teme o Senhor não acontece nenhum mal, mas Deus o protegerá na tentação e o livrará dos males.
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A ideia de que quem teme a Deus 'não sofre nenhum mal' parece contradizer histórias bíblicas como a de Jó, que era justo mas enfrentou sofrimento extremo. Isso reflete uma visão tradicional de retribuição divina, questionada em outros livros.
Um homem sábio não detesta os mandamentos nem as normas da justiça é não será destroçado como um navio na tempestade.
O homem sensato crê na palavra de Deus, a Lei para ele é digna de fé como um oráculo.
Prepara tuas palavras e assim serás ouvido no que pedires; conserva a disciplina e depois responde.
Os sentimentos do insensato são como roda de carro, e seu raciocínio é como o eixo que gira.
Amigo zombador é como um cavalo no cio: relincha debaixo de qualquer um que o monta.

Disposições de Deus.

Por que um dia é mais importante que outro, se toda a luz do ano vem do mesmo sol?
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A crítica à diferença entre dias sagrados e comuns reflete debates antigos sobre a validade das festas judaicas. O verso 8 responde afirmando que a distinção foi instituída por Deus, ligando-se à Torah (Levítico 23).
Foi a ciência do Senhor que os tornou diferentes
e distinguiu os tempos e seus dias festivos.
Deus exaltou e engrandeceu alguns deles e deixou outros no número dos dias comuns. Também os homens provêm todos do mesmo solo e da terra foi criado Adão.
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A afirmação de que todos vêm 'do mesmo solo' ecoa Gênesis 2:7, mas o verso 11 introduz a ideia da soberania divina na diversidade humana, tema que Paulo retomará em Romanos 9:20-21.
Em sua grande sabedoria, o Senhor os distinguiu e determinou-lhes diversos destinos:
alguns ele abençoou e exaltou, outros, os santificou e tomou para si, outros, os amaldiçoou e humilhou e os derrubou de suas posições.
Como a argila está nas mãos do oleiro, que a molda e a dispõe como lhe apraz,
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A metáfora do oleiro (Deus moldando humanos como argila) aparece em Jeremias 18:6 e é usada por Paulo em Romanos 9:21, mostrando influência duradoura desta imagem teológica.
assim o homem está nas mãos daquele que o fez, o qual lhe retribuirá segundo seu julgamento.
Diante do mal está o bem, diante da morte, a vida; assim diante do justo, o pecador. Considera assim todas as obras do Altíssimo: duas a duas, uma oposta à outra.

A obra do autor.

Eu, o último a chegar, velei como quem cata uvas atrás dos vindimadores.
Com a bênção de Deus chego adiantado e, como um vindimador, enchi meu lagar.
Vede que não me cansei apenas por mim, mas para todos os que buscam a instrução.
Escutai-me, chefes do povo, e vós, dirigentes da assembleia, prestai atenção.

Ao pai de família.

Ao filho e à esposa, ao irmão e ao amigo não dês poder sobre ti enquanto vives. Não dês aos outros teus bens para que depois não te arrependas e tenhas de pedi-los de volta.
Enquanto vives e respiras, não te deixes dominar por ninguém.
É melhor que os filhos te peçam do que teres de depender das mãos deles.
Em todas as tuas ações mantém tua autoridade,
não permitas que se manche teu bom-nome. Quando chegar o fim dos dias de tua vida, no momento da morte, distribui tua herança.

Os escravos.

Para o jumento, feno, vara e carga; para o escravo, pão, disciplina e trabalho.
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Instruções sobre tratamento de escravos refletem normas da Antiguidade, mas contrastam com o Novo Testamento (Colossenses 4:1). O verso 31-32 surpreende ao recomendar tratar escravos como 'irmãos', indicando tensão entre prática cultural e ética emergente.
Faze o trabalho por meio do escravo e encontrarás repouso; deixa suas mãos livres e procurará a liberdade.
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A justificativa para trabalho escravo rigoroso ('encontrará sossego') revela mentalidade patriarcal da época. Arqueologia confirma que a escravidão era institucionalizada no Oriente Médio antigo, mas sem equivalente direto à escravidão racial moderna.
Canga e correia dobram o pescoço, e o trabalho contínuo torna dócil o escravo.
Para o escravo malévolo, tortura e grilhões; manda-o trabalhar para que não fique ocioso,
porque a ociosidade ensina muitas coisas más.
Ocupa-o com o trabalho como lhe convém e, se não obedecer, submete-o com grilhões. mas não cometas excessos com ninguém e nada faças de grave contra a justiça.
Se tens um único escravo, estima-o como a ti mesmo, porque tens tanta necessidade dele como de tua própria vida. Se tens um único escravo, trata-o como irmão para não te irritares contra o sangue de tua vida.
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A recomendação de tratar bem escravos 'comprados a preço de sangue' pode referir-se ao valor econômico, não ética humanitária. Contudo, prepara terreno para ideias posteriores de dignidade humana, como em Filemon 1:16.
Se tu o maltratas sem motivo, ele fugirá;
e se ele te deixar, não sabes por qual caminho procurá-lo.