Sabedoria 5

Então o justo estará de pé com grande confiança diante dos que o oprimiram e dos que desprezaram seus sofrimentos.
Ao vê-lo, estes serão tomados de um pavor terrível, atônitos diante de sua salvação inesperada.
Arrependidos, dirão entre si, gemendo, com o espírito angustiado:
“Este é aquele de quem outrora escarnecemos e que em nossa insensatez fizemos alvo de ultraje; consideramos loucura sua vida e desonrosa sua morte.
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A zombaria em relação ao justo sofredor ecoa Isaías 53:3, onde o 'homem de dores' é desprezado. No Novo Testamento, essa ideia é aplicada a Jesus (Mateus 27:39-44).
Como é que agora é contado entre os filhos de Deus e compartilha da sorte dos santos?
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A expressão 'filhos de Deus' aparece em Romanos 8:14-17, associada à adoção divina. A 'herança dos santos' remete à ideia de recompensa escatológica em Colossenses 1:12.
Portanto, nós nos desviamos do caminho da verdade; a luz da justiça não brilhou para nós nem se ergueu para nós o sol.
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A 'luz da justiça' tem paralelo com João 8:12, onde Jesus se declara 'luz do mundo', e Isaías 9:2 sobre o povo que caminhava em trevas.
Nós nos saciamos nos caminhos da iniquidade e da perdição; percorremos desertos impraticáveis, mas não conhecemos o caminho do Senhor.
De que nos serviu nossa soberba? Que ganhamos com a riqueza e a arrogância?
Tudo isto passou como sombra e como notícia fugaz,
como barco que sulca a onda agitada, sem que se possa achar vestígio de sua passagem, nem rastro de sua quilha nas ondas;
ou qual ave que voa pelos ares sem deixar sinal algum de seu trajeto; porque o ar ligeiro, tocado pelo movimento das asas é dividido pelo ímpeto vigoroso das asas em movimento, é atravessado sem que depois se ache vestígio de sua passagem.
Ou como flecha lançada contra o alvo, quando o ar se divide e logo reflui sobre si mesmo, e assim não se pode distinguir seu percurso;
assim também nós: mal nascemos, já desaparecemos. Não temos nenhum sinal de virtude para mostrar; na malícia nos deixamos consumir”.
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A reflexão sobre a brevidade da vida humana aparece em Eclesiastes 1:2 ('vaidade das vaidades'), mas aqui é usada para contrastar com a perspectiva de eternidade dos justos.
Sim, a esperança do ímpio é como palha levada pelo vento, como leve espuma que a tempestade expulsa; como fumaça ao vento se dissipa, fugaz como a lembrança do hóspede de um só dia.

O triunfo dos justos.

Os justos, ao contrário, vivem para sempre. O Senhor lhes dá sua recompensa e o Altíssimo cuida deles.
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A ideia de vida eterna para os justos antecipa conceitos do Novo Testamento (João 3:16) e dialoga com Daniel 12:2-3 sobre a ressurreição.
Por isso receberão uma esplêndida coroa real, um belo diadema da mão do Senhor, porque ele os cobrirá com a mão direita e com o braço os protegerá.
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A coroa real simboliza a recompensa escatológica, tema presente em 2 Timóteo 4:8 e Apocalipse 2:10. A proteção divina como escudo aparece no Salmo 18:35.
Tomará como armadura seu zelo e armará as criaturas para castigar os inimigos;
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A descrição da armadura divina influenciou Efésios 6:13-17. Isaías 59:17-18 também usa metáforas bélicas para a justiça divina.
vestirá como couraça a justiça e usará como capacete um juízo imparcial;
empunhará como escudo uma santidade invencível;
afiará sua cólera implacável como espada, e o universo combaterá a seu lado contra os insensatos.
Como flechas certeiras partirão os raios, e das nuvens, como de um arco bem retesado, atingirão o alvo;
da funda serão lançados granizos cheios de furor. A água do mar se enfurecerá contra eles, e os rios os afogarão sem piedade.
Um vento impetuoso se levantará contra eles e os dispersará como um furacão. A iniquidade devastará a terra inteira, e a malícia derrubará os tronos dos poderosos.