Sabedoria 10
Foi ela que protegeu o primeiro homem modelado, o pai do mundo, que foi criado sozinho, e o libertou de sua queda, 
e deu-lhe o poder de dominar todas as coisas. 
Por sua causa a terra foi submersa, mas a Sabedoria de novo a salvou, conduzindo o justo num lenho sem valor. 
E quando as nações foram confundidas, concordes apenas na malícia, foi ela que reconheceu o justo e o conservou diante de Deus sem mancha e o manteve forte, não obstante sua ternura pelo filho. 
A Sabedoria e os Patriarcas.
Como testemunho daquela gente má, existe ainda uma terra fumegante e desolada, cujas árvores produzem frutos que não amadurecem, e em memória de uma alma incrédula se ergue uma coluna de sal. 
Pois, afastando-se da Sabedoria, não só se tornaram incapazes de conhecer o bem, mas deixaram também aos vivos uma lembrança de sua insensatez, para que suas culpas não ficassem ocultas. 
Mas a Sabedoria livrou das provações seus fiéis. 
Ela conduziu por caminhos retos o justo que fugia da ira do irmão; mostrou-lhe o reino de Deus e deu-lhe a conhecer as coisas santas; deu-lhe sucesso em suas fadigas e multiplicou os frutos de seu trabalho. 
Assistiu-o contra a avareza dos que o exploravam e o fez rico; 
guardou-o dos inimigos e protegeu-o contra os que lhe armavam ciladas; declarou-o vencedor numa luta dura, para ensinar-lhe que a piedade é mais poderosa que tudo. 
Ela não abandonou o justo vendido, mas o preservou do pecado. 
Desceu com ele à cisterna e não o abandonou em suas cadeias, até que lhe obteve o cetro real e poder sobre os que o oprimiam; desmascarou os que o difamavam e deu-lhe uma glória eterna. 
A Sabedoria guia Israel.
Deu aos santos a recompensa de suas fadigas, guiou-os por um caminho maravilhoso; foi para eles refúgio de dia e brilho de estrelas à noite. 
Por isso os justos despojaram os ímpios e celebraram, Senhor, vosso nome santo e louvaram unânimes vossa mão protetora,