Provérbios 19

É melhor um pobre que vive honestamente que um insensato de lábios perversos.
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Comparação comum em Provérbios entre integridade e riqueza (pv28:6). A ideia reaparece no Salmo 37:16, onde a justiça do pobre vale mais que a abundância do ímpio.
Sem reflexão, nem o zelo é coisa boa, e quem acelera os passos tropeça.
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A pressa como fonte de erro ecoa em Tiago 1:19. Provérbios 21:5 também alerta que planos apressados levam à pobreza.
A insensatez do homem perverte seu caminho, e contra Javé seu coração se irrita.
As riquezas multiplicam os amigos, mas o pobre é abandonado até por seu próprio amigo.
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Tema repetido: amizades interesseiras (pv14:20; pv19:7). Eclesiástico 13:21 (deuterocanônico) reforça: 'O rico fala, e todos calam; o pobre fala, e dizem: Quem é este?'
A falsa testemunha não ficará impune e quem espalha mentiras não escapará.
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Repetição proposital (v.9): ênfase na condenação da mentira. Relaciona-se ao nono mandamento (ex20:16) e à lei sobre falsas testemunhas (dt19:18-19).
Muitos são os aduladores do homem generoso e todos são amigos de quem dá presentes.
Todos os irmãos do pobre o odeiam, quanto mais se afastarão dele seus amigos! Ele vai atrás deles com súplicas, mas eles já se foram.
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A rejeição ao pobre é hiperbólica, mas reflete realidade social antiga. A segunda parte pode indicar que palavras vãs não recuperam amizades perdidas.

O prudente e o imbecil.

Quem adquire bom senso ama a si mesmo e quem conserva a prudência encontra a felicidade
A falsa testemunha não ficará impune e quem espalha mentiras perecerá.
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Repetição do v.5 para reforçar a seriedade do falso testemunho. Deuteronômio 19:18-19 prescreve punição igual ao crime que a mentira intentava causar.
Ao imbecil não convém viver no luxo, menos ainda a um servo comandar os príncipes.
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Dois provérbios unidos: 1) Tolo em luxo é incongruente; 2) Escravo governando príncipes quebra hierarquias (ec10:7; eclesiástico 11:1). Na antiguidade, escravidão era base social – inverter papéis era absurdo.
A prudência de um homem retarda sua ira e é sua glória passar por cima de uma ofensa.
O furor do rei é como o rugido do leão, mas seu favor é como o orvalho sobre a relva.
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Metáforas do leão (ira real) e orvalho (favor) aparecem em Provérbios 16:14-15. O orvalho simboliza bênção (os14:5).
Um filho insensato é uma calamidade para seu pai, e as disputas da esposa são como goteira sem fim.
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Esposa contenciosa como 'gotejar' é metáfora cultural: telhados de barro vazavam na chuva. Repete-se em pv21:9,19.
Casa e riquezas se herdam dos pais, mas uma mulher judiciosa é dom de Javé.
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A esposa como dom divino aparece em pv18:22. Contexto de casamentos arranjados: atribuía-se à providência a escolha (gn24; 1sm25:3 – Abigail).
A preguiça faz cair no torpor, e o indolente sofrerá fome.
Quem guarda os mandamentos preserva sua vida, mas quem descuida a própria conduta morrerá.
Quem faz caridade ao pobre empresta a Javé, o qual lhe retribuirá a boa ação.
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Caridade como empréstimo a Deus ecoa em Mateus 25:40. Deuteronômio 15:7-11 ordena ajudar os pobres como mandamento.
Corrige teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.
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Disciplina moderada: exagero pode levar à morte (físico ou emocional). Relaciona-se a pv13:24; 22:6; ef6:4 alerta contra provocação aos filhos.
O violento deve ser punido, se o poupas, tu o incitas a recomeçar.
Escuta o conselho e aceita a correção para seres sábio no futuro.
Muitos são os projetos na mente do homem, mas só o desígnio de Javé se realiza.
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Contraste entre planos humanos e soberania divina (pv16:1,9; tg4:13-15). Não é contra o planejar, mas sobre submeter-se à vontade de Deus.
O que se deseja do homem é a bondade; é melhor um pobre que um mentiroso.
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Algumas traduções trazem 'amor leal' em vez de 'desejo'. O hebraico 'tov' (bem) gerou variações. A versão 'desejo' enfatiza a sinceridade.
O temor de Javé conduz à vida; quem o possui repousará satisfeito e não será atingido pelo mal.
O preguiçoso põe a mão no prato, mas nem sequer consegue levá-la à boca.
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Exagero humorístico: preguiçoso nem leva comida à boca. Paralelo em pv26:15 – preguiçoso enterra a mão no prato e cansa de trazê-la à boca.
Castiga o zombador, e o ingênuo se tornará prudente, repreende o inteligente, e aprenderá o conhecimento.
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Diferentes reações à repreensão: o escarnecedor não muda (pv9:8), mas o simples (ingênuo) aprende. O sábio já entende, aprofunda conhecimento (pv21:11).
Quem maltrata o pai e expulsa a mãe é um filho que envergonha e desonra.
Meu filho, deixa de ouvir a instrução, se queres afastar-te das palavras da sabedoria.
A testemunha corrupta zomba da justiça, e a boca dos ímpios devora a iniquidade.
Para os zombadores estão prontos os castigos e os açoites, para as costas dos insensatos.
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Justiça contra escarnecedores aparece em pv3:34 (citado em 1pe5:5). Na cultura hebraica, açoite era punição legal (dt25:1-3).