Jó 38

Então Javé respondeu a Jó do meio do turbilhão:
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Deus responde a Jó de um redemoinho, marcando uma teofania (manifestação divina). Isso ocorre após Jó questionar sua situação, destacando a soberania de Deus sobre o sofrimento humano.
Quem é este que quer ofuscar meus desígnios com palavras insensatas?
Cinge teus rins como homem; eu te interrogarei e tu me instruirás.
Onde estavas tu quando lancei os fundamentos da terra? Fala, se tens tanta inteligência!
Quem fixou suas dimensões, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela a medida?
Onde se apoiam suas bases? Ou quem pôs sua pedra angular,
enquanto alegravam-se em coro as estrelas da manhã e aplaudiam todos os filhos de Deus?
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'Filhos de Deus' geralmente se refere a anjos (como em Jó 1:6). 'Estrelas da alva' podem simbolizar seres celestiais. A passagem reflete uma visão cósmica da criação, onde elementos naturais e celestiais celebram a obra de Deus.
Quem fechou com duas portas o mar, quando saiu impetuoso do seio materno,
quando eu o circundava de nuvens para vesti-lo e de densa escuridão para enfaixá-lo;
quando lhe fixei um limite e lhe pus ferrolhos e portas
e eu disse: “Até aqui chegarás e não além e aqui se quebrará o orgulho de tuas ondas”?
Alguma vez na vida deste ordens à manhã e designaste à aurora seu lugar,
para ela segurar os cantos da terra e expulsar para fora os malvados?
Então a terra se transforma como argila sob o selo e toma cor como roupa.
Mas é retirada aos maus sua luz e é quebrado o braço levantado.
Chegaste alguma vez às fontes do mar e percorreste o fundo do abismo?
As portas da morte te foram mostradas? Viste as portas da sombra da morte?
Tens uma ideia da extensão da terra? Fala, se sabes tudo isso!
Qual o caminho para a morada da luz, e onde têm morada as trevas,
para que possas conduzi-las a seu domínio e saibas dirigi-las para sua casa?
Com certeza, tu sabes, porque então já tinhas nascido e o número de teus dias é bem grande!
Entraste alguma vez nos depósitos da neve, viste alguma vez os reservatórios do granizo,
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Deus descreve reservar neve e saraiva para momentos de juízo, ecoando eventos como o granizo no Egito (Êxodo 9:18-26) e simbolizando seu controle sobre fenômenos naturais.
que eu guardo para o tempo da calamidade, para o dia da guerra e da batalha?
Por quais caminhos se difunde a luz, ou se propaga o vento leste sobre a terra?
Quem abriu canais para os aguaceiros e uma estrada para os relâmpagos e trovões,
para fazer chover sobre uma terra desabitada, sobre um deserto onde não há ninguém,
para regar solidões desoladas e fazer brotar a erva na estepe?
A chuva tem um pai? Ou quem gera as gotas do orvalho?
Do seio de quem sai o gelo, e quem dá à luz a geada do céu?
As águas endurecem como pedra e a superfície do abismo se congela.
Podes tu atar os laços das Plêiades ou soltar as cordas do Órion?
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As constelações citadas (Plêiades, Órion, Ursa) eram parte do conhecimento astronômico antigo. O texto enfatiza que Deus, e não os deuses pagãos, governa os corpos celestes—uma crítica implícita às religiões contemporâneas.
És tu que fazes nascer a seu tempo as constelações e guias a Ursa com seus filhotes?
Conheces as leis do céu ou regulas seu influxo sobre a terra?
Podes dar ordens às nuvens para que te cubra a abundância de águas?
És tu que envias os raios e eles partem dizendo-te: “Aqui estamos”?
Quem deu ao íbis a sabedoria ou quem concedeu ao galo a inteligência?
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A pergunta reforça que a sabedoria vem exclusivamente de Deus, tema desenvolvido em Provérbios 2:6.
Quem pode contar as nuvens com exatidão ou quem derrama os odres do céu,
quando se funde o pó numa massa e os torrões se apegam uns aos outros?
És tu que caças a presa para a leoa e sacias a fome dos leõezinhos,
quando estão deitados em suas covas ou quando espreitam na moita?
Quem prepara ao corvo seu alimento, quando seus filhotes gritam para Deus e vagueiam por falta de comida?
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A provisão divina para os corvos é mencionada por Jesus em Lucas 12:24, ilustrando o cuidado de Deus até com as criaturas mais insignificantes.