Isaías 34

Apro­ximai-vos, nações, para escutar; povos, prestai atenção! Que escute a terra e sua plenitude, o mundo com tudo o que ele produz!
Porque Javé está indignado contra todas as nações; está irado contra todo o exército delas. Ele as vota ao extermínio e as entrega ao massacre.
Suas vítimas são lançadas fora, o mau cheiro de seus cadáveres se espalha, as montanhas se derretem com seu sangue.
Todo o exército dos céus se dissolve. Os céus se enrolam como um livro, cai todo o seu exército, como caem as folhas da vinha e as da figueira.
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A imagem dos céus se enrolando como um livro é retomada em apocalipse6:14, mostrando linguagem apocalíptica comum em profecias. A descrição simboliza uma transformação cósmica no juízo final.
Pois minha espada se inebriou nos céus. Eis que ela se abate sobre Edom, sobre o povo que eu votei ao extermínio para o punir.
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Edom, nação descendente de Esaú, era inimigo histórico de Israel (obadias1:10-14). A menção aqui simboliza juízo contra os opressores do povo de Deus, usando Edom como representante de todas as nações ímpias.
A espada de Javé está cheia de sangue, impregnada de gordura, do sangue dos cordeiros e dos bodes, da gordura das vísceras dos carneiros; pois há para Javé um sacrifício em Bosra, um grande massacre no país de Edom.
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Bozra era capital de Edom. Escavações arqueológicas confirmam sua existência como cidade fortificada no século VIII a.C., corroborando o contexto histórico da profecia.
Com eles caem os búfalos, os novilhos com os touros; sua terra está ébria de sangue, sua poeira está impregnada de gordura.
Pois é um dia de vingança para Javé, o ano da retribuição no processo de Sião.
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O 'dia da vingança' ecoa isaías61:2, citado por Jesus em lucas4:19. A diferença é que Jesus interrompe a citação antes de mencionar a vingança, focando no ano da graça – sinalizando que a plenitude do juízo viria posteriormente.
Suas torrentes se mudarão em piche, sua poeira em enxofre, seu país se tornará piche ardente.
Noite e dia ele não se extinguirá, eternamente se levantará sua fumaça; de idade em idade ficará deserto, por todo o sempre ninguém mais passará por lá.
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A fumaça eterna lembra a destruição de Sodoma (gênesis19:28) e é retomada em apocalipse14:11. A linguagem hiperbólica enfatiza a totalidade da ruína, não necessariamente uma queima literal perpétua.
Será o domínio do pelicano e do ouriço; o bufo e o corvo aí habitarão; Javé estenderá sobre ele o cordão do caos e o nível do vazio.
Não haverá mais nobres para proclamar um rei; terão desaparecido todos os seus príncipes.
Em suas fortalezas crescerão os espinhos, em suas cidadelas, a urtiga e o espinheiro; será um covil de chacais, morada de avestruzes.
Os gatos selvagens encontrarão as hienas, os sátiros chamarão um ao outro; lá também Lilit se instalará e achará seu repouso.
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O termo 'sátiro' (do hebraico 'sa'ir') gera debate: pode significar 'bode selvagem' ou 'demônio' (levítico17:7). A tradução varia: algumas versões optam por 'criaturas noturnas' (NVI) ou 'demônios' (ARC), refletindo a ambiguidade do original.
Lá fará seu ninho a serpente, porá seus ovos e os chocará, juntará os filhotes em sua sombra. Lá também se reunirão os abutres, cada qual com seu companheiro.
Buscai no livro de Javé e lede: Nenhum deles faltará; nenhum se inquietará por seu companheiro. Pois foi sua boca que o ordenou, foi seu espírito que os reuniu.
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O 'livro do Senhor' pode referir-se ao próprio livro de Isaías ou a registros divinos (salmo40:7). A afirmação de que 'nenhuma destas coisas faltará' reforça a confiabilidade profética, embora críticos questionem se isso foi acrescentado posteriormente para validar o texto.
Foi ele que lançou a sorte para eles e sua mão fixou a parte deles com a corda; para sempre a possuirão, de idade em idade aí habitarão.