Ezequiel 19

Entoa agora um lamento sobre os chefes de Israel,
dizendo: “O que era tua mãe? Uma leoa entre os leões. Deitada no meio dos leões, alimentava seus filhotes.
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A leoa simboliza a nação de Israel ou a linhagem real (veja gn49:9, onde Judá é comparado a um leão). Os 'leõezinhos' representam os príncipes de Judá.
Ela criou um dos filhotes, que se tornou um jovem leão, aprendeu a dilacerar a presa, a devorar os homens.
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O filhote que devora homens provavelmente alude ao rei Jeoacaz (2rs23:31-34), deposto pelo Faraó Neco em 609 a.C. e levado ao Egito. A violência de seu governo gerou repúdio internacional.
Mas as nações ouviram falar dele, ele foi apanhado na armadilha delas e conduzido em correntes ao Egito.
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O cativeiro no Egito corrobora relatos históricos extrabíblicos sobre o domínio egípcio na região no século VII a.C., como registrado nos escritos do faraó Necao II.
Quando ela viu que era longa a espera e em vão sua esperança, tomou outro filhote e fez dele um jovem leão.
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O 'outro filhote' pode ser Jeoaquim ou Zedequias. Há debate: 1) Se for Zedequias (2rs24:17-20), sua revolta contra a Babilônia levou à destruição de Jerusalém em 586 a.C. 2) Se for Joaquim (2rs24:8-15), foi deportado para a Babilônia em 597 a.C.
Ele vivia entre os leões, tornou-se um leãozinho e aprendeu a dilacerar a presa, a devorar os homens.
Demoliu seus palácios, devastou suas cidades. O país e seus habitantes se aterrorizavam ao rumor de seu rugido.
Assaltaram-no as nações vindas das aldeias ao redor; armaram seu laço contra ele e ele ficou preso na armadilha delas.
Fecharam-no numa jaula, conduziram-no acorrentado ao rei de Babilônia e o lançaram numa prisão, para que não se ouvisse sua voz nos montes de Israel.
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A menção ao 'rei de babilônia' confirma o contexto histórico do exílio judaico (2rs25:1-7). Tabletes babilônicos do século VI a.C., como a Crônica de Nabucodonosor, corroboram esses eventos.
Tua mãe era como videira plantada à beira d’água. Era verdejante e frondosa, por causa da abundância de água;
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A videira era símbolo tradicional de Israel (sl80:8-16; is5:1-7). A 'planta junto às águas' pode aludir à prosperidade inicial do reino sob Davi e Salomão.
teve ramos fortes, bons para cetros reais; sua estatura se elevou no meio dos ramos espessos, admirável por sua altura e pela abundância de seus ramos.
Mas ela foi arrancada com furor e jogada ao chão; o vento do oriente a secou, secou seus frutos; seus ramos fortes foram quebrados e secaram, e o fogo os devorou.
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O 'vento oriental' simboliza a Babilônia, que vinha do leste. O fogo destruidor aparece em textos sobre juízo divino (dt32:22; am7:4). Arqueologia comproga incêndios em Jerusalém e Lachish durante invasões babilônicas.
Agora é plantada no deserto, numa terra seca e sedenta;
um fogo saiu de um ramo seu, devorou seus frutos e ela não tem mais nenhum ramo forte nem cetro para dominar”. Isto é um lamento e servirá como lamento.
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A ausência de 'cetro para dominar' refere-se ao fim da monarquia davídica em 586 a.C. Curiosamente, Zorobabel (descendente de Davi) liderou o retorno do exílio (ag1:1), mas nunca foi coroado rei - mantendo a profecia em tensão.