2 Coríntios 3

Recomeçamos a nos promover? Ou precisamos, talvez, como certas pessoas, de cartas de recomendação para vós ou de vossa parte?
Nossa carta sois vós mesmos, carta escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos.
Sim, vós sois evidentemente uma carta de Cristo, redigida por nós, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são vossos corações.
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Paulo contrasta a Lei Mosaica (gravada em pedras, como os Dez Mandamentos em Êxodo 34) com a nova aliança escrita pelo Espírito nos corações. A imagem remete à entrega da Lei no Sinai (ex34:27-28).
Esta é a confiança que temos diante de Deus por meio de Cristo.
Não que sejamos capazes de pensar alguma coisa como proveniente de nós mesmos; não, nossa capacidade vem de Deus.
Ele nos fez ministros de uma nova aliança, que não é da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito dá vida.
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'A letra mata' refere-se à Lei mosaica, que condena sem transformar. 'Espírito vivifica' aponta para a ação regeneradora do Espírito Santo. A frase é frequentemente associada à teologia da graça (ver rm7:6).

O ministério cristão.

Ora, se o ministério da morte, gravado em letras sobre pedras, foi rodeado de tal glória, que os israelitas não podiam fitar o rosto de Moisés por causa da glória, embora passageira, de seu rosto,
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Referência direta a Êxodo 34:29-35, onde o rosto de Moisés brilhava após encontrar Deus, mas essa glória era temporária. Paulo usa isso como símbolo da antiga aliança superada por Cristo.
quanto mais glorioso será o ministério do Espírito?
Se, com efeito, o ministério da condenação foi glorioso, quanto mais o ministério da justificação não o supera em glória?
Sob esse ponto de vista, comparado com essa glória supereminente, o esplendor desse primeiro ministério não foi glória.
Pois, se o que era transitório foi manifestado na glória, quanto mais glorioso não há de ser o que permanece?
De posse de semelhante esperança, comportamo-nos com muita segurança,
e não como Moisés, que cobria o rosto com um véu, para impedir que os israelitas vissem o fim daquilo que era passageiro.
Mas a inteligência deles se obscureceu. Com efeito, até o dia de hoje, quando se lê o Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece; ele não é levantado, pois é Cristo que o faz desaparecer.
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O 'véu' simboliza a incapacidade de reconhecer Cristo como cumprimento das Escrituras judaicas. A ideia é que a leitura literal da Torá sem compreensão messiânica mantém a cegueira espiritual (comparar com rm11:7-8).
Sim, até o dia de hoje, toda vez que se lê Moisés, existe um véu sobre o coração deles.
Mas quando acontece a conversão ao Senhor, o véu cai.
Pois o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
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Declaração complexa sobre a relação entre Cristo e o Espírito. Alguns veem aqui uma identificação direta (modalismo), mas a interpretação majoritária entende que Paulo enfatiza a unidade de ação: o Espírito realiza a obra de Cristo (jo14:26).
E nós todos que, de rosto descoberto, refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transformados nesta mesma imagem, indo de glória em glória, conforme a ação do Espírito do Senhor.
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A transformação progressiva dos crentes reflete uma teologia de theosis (divinização), comum no pensamento paulino. Comparar com a metamorfose de Moisés, porém permanente e acessível a todos (ex34:29-35).