1 Coríntios 11

Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
Eu vos louvo, porque em todas as coisas vos lembrais de mim e guardais as tradições, tais como eu vo-las transmiti.
Quero, no entanto, que saibais que o chefe de todo homem é o Cristo, o chefe da mulher é o homem, o chefe de Cristo é Deus.
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A hierarquia apresentada (Cristo-homem-mulher-Deus) reflete a visão patriarcal da época. Alguns interpretam como ordem espiritual permanente, outros como contextual à cultura greco-romana onde véus simbolizavam status social.
Todo homem que reza ou profetiza com a cabeça coberta desonra seu chefe.
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O debate sobre véus deve ser entendido no contexto coríntio: prostitutas cultuais locais usavam cabeça descoberta. Paulo associa o véu à modéstia e ordem social. Arqueologia confirma o uso de véus como símbolo de respeitabilidade no mundo greco-romano.
Mas toda mulher que reza ou profetiza com a cabeça descoberta desonra seu chefe; pois é como se ela estivesse de cabeça raspada.
Se, pois, uma mulher não quer usar o véu, então que ela corte os cabelos! Mas se é vergonha para a mulher ter os cabelos cortados ou raspados, que use o véu.
Quanto ao homem, não deve cobrir a cabeça, porque ele é a imagem e a glória de Deus; quanto à mulher, ela é a glória do homem.
Com efeito, não é o homem que foi tirado da mulher, mas é ela que foi tirada do homem;
e não foi o homem que foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem.
Por isso a mulher deve trazer na cabeça um sinal de sujeição, por causa dos anjos.
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A menção aos anjos gera debate: 1) anjos como observadores da ordem cultual (1Pe1:12); 2) referência a 'filhos de Deus' de Gn6:1-4; 3) guardiões celestes da ordem criacional.
Aliás, no Senhor, nem a mulher é algo sem o homem, nem o homem sem a mulher;
pois, se a mulher foi tirada do homem, o homem, por sua vez, nasce da mulher, e tudo vem de Deus.
Julgai vós mesmos: é decente para a mulher rezar a Deus com a cabeça descoberta?
A própria natureza não vos ensina que é uma vergonha para o homem deixar crescer os cabelos,
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A argumentação sobre cabelo longo usa a 'natureza' como professor - possivelmente apelo às convenções sociais helenistas, não lei biológica. Em outras culturas (como nazireus em Jz13:5), cabelo longo era sagrado.
ao passo que é uma glória para a mulher deixá-los crescer? Pois a cabeleira lhe foi dada como uma espécie de véu.
De resto, se alguém quer discutir, não é este nosso costume, nem o das Igrejas de Deus.

A ceia do Senhor.

Enquanto vos faço estas exortações, não posso louvar-vos por vossas reuniões, as quais vos fazem mal e não bem.
Fiquei sabendo primeiramente que, quando vos reunis, há entre vós divisões; e, em parte, o creio.
É preciso que haja entre vós divisões, para que se manifestem os que são de virtude comprovada entre vós.
Quando, pois, vos reunis em comum, o que fazeis não é comer a ceia do Senhor.
Pois, quando estais à mesa, cada qual se apressa a tomar sua própria refeição, e um está com fome, enquanto o outro está bêbado.
Não tendes casas para comer e beber? Ou estais desprezando a Igreja de Deus e querendo insultar os que nada têm? Que devo dizer-vos? Louvar-vos? Neste ponto não vos louvo.
Com efeito, eu recebi do Senhor aquilo que, por minha vez, vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que era traído, tomou pão e,
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Este relato da Ceia do Senhor é um dos mais antigos (51-55 dC), anterior aos Evangelhos. Corrobora a historicidade do evento. A fórmula 'recebi do Senhor' sugere tradição oral direta da comunidade primitiva.
depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é meu corpo, que é por vós. Fazei isto em memória de mim”.
Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de mim”.
De fato, toda vez que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que ele venha.
Por isso, quem comer do pão e beber do cálice do Senhor indignamente torna-se culpado em relação ao corpo e ao sangue do Senhor.
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O 'comer indignamente' gerou diversas interpretações: 1) falta de união comunitária (v.21); 2) não discernir o significado simbólico; 3) participar sem conversão genuína. A menção ao 'corpo' pode incluir tanto Cristo quanto a Igreja (12:27).
Cada um, pois, examine-se a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice;
pois quem come e bebe, sem reconhecer o corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação.
É por isso que há entre vós muitos doentes e fracos, e muitos morreram.
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A associação direta entre doença e juízo divino é problemática. Alguns sugerem: 1) consequência natural de excessos (v.21); 2) linguagem simbólica sobre morte espiritual; 3) visão antiga de que doença era castigo divino.
Se nos examinarmos atentamente, não seremos julgados.
Mas por seus julgamentos o Senhor nos corrige, para não sermos condenados junto com o mundo.
Assim, pois, meus irmãos, quando vos reunirdes para a ceia, esperai uns pelos outros.
Se alguém estiver com fome, coma em casa, a fim de que vossas reuniões não sirvam para vossa condenação. As outras coisas, vou resolvê-las quando aí chegar.