Salmos 101
Prece de um aflito que desabafa sua angústia diante do Senhor. 
Senhor, ouvi a minha oração, e chegue até vós o meu clamor. 
Não oculteis de mim a vossa face no dia de minha angústia. Inclinai para mim o vosso ouvido. Quando vos invocar, acudi-me prontamente, 
porque meus dias se dissipam como a fumaça, e como um tição consomem-se os meus ossos. 
Assemelho-me ao pelicano do deserto, sou como a coruja nas ruínas. 
Insultam-me continuamente os inimigos, em seu furor me atiram imprecações. 
Como cinza do mesmo modo que pão, lágrimas se misturam à minha bebida, 
devido à vossa cólera indignada, pois me tomastes para me lançar ao longe. 
Os meus dias se esvaecem como a sombra da noite e me vou murchando como a relva. 
Vós, porém, Senhor, sois eterno, e vosso nome subsiste em todas as gerações. 
Levantai-vos, pois, e sede propício a Sião; é tempo de compadecer-vos dela, chegou a hora... 
porque vossos servos têm amor aos seus escombros e se condoem de suas ruínas. 
E as nações pagãs reverenciarão o vosso nome, Senhor, e os reis da terra prestarão homenagens à vossa glória. 
Quando o Senhor tiver reconstruído Sião, e aparecido em sua glória, 
quando ele aceitar a oração dos desvalidos e não mais rejeitar as suas súplicas, 
escrevam-se estes fatos para a geração futura, e louve o Senhor o povo que há de vir, 
porque o Senhor olhou do alto de seu santuário, do céu ele contemplou a terra; 
para escutar os gemidos dos cativos, para livrar da morte os condenados; 
para que seja aclamado em Sião o nome do Senhor, e em Jerusalém o seu louvor, 
no dia em que se hão de reunir os povos, e os reinos para servir o Senhor. 
Deus esgotou-me as forças no meio do caminho, abreviou-me os dias. 
“Meu Deus, peço, não me leveis no meio da minha vida, vós cujos anos são eternos. 
No começo criastes a terra, e o céu é obra de vossas mãos. 
Um e outro passarão, enquanto vós ficareis. Tudo se acaba pelo uso como um traje. Como uma veste, vós os substituís e eles hão de sumir. 
Mas vós permaneceis o mesmo e vossos anos não têm fim. 
Os filhos de vossos servos habitarão seguros, e sua posteridade se perpetuará diante de vós.”