Sofonias 1

Oráculos do Senhor dirigidos a Sofonias, filho de Cusi, filho de Godolias, filho de Amarias, filho de Ezequias, no tempo de Josias, filho de Amon, rei de Judá.
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A menção de Ezequias na genealogia pode referir-se ao rei de Judá (2rs18-20), dando autoridade ao profeta. Alguns céticos questionam se a linhagem foi exagerada para legitimá-lo, já que 'filho de' no hebraico pode significar 'descendente'.
Destruirei tudo sobre a face da terra – oráculo do Senhor;
farei perecer homens e animais, aves do céu e peixes do mar; exterminarei os ímpios com seus escândalos, farei desaparecer os homens da superfície do mundo – oráculo do Senhor.
Estenderei a mão contra Judá, e contra os habitantes de Jerusalém, e exterminarei desse lugar tudo o que resta de Baal, até o nome de seus servos e de seus sacerdotes:
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O 'restante de Baal' refere-se às reformas de Josias (2rs23:4-6), que destruíram cultos pagãos. Arqueologia encontrou altares cananeus em Judá, corroborando a prática condenada aqui.
os que se prostram nos terraços para adorar a imensidão dos astros; os que se prostram e fazem juramentos; ora em nome do Senhor, ora em nome de seu deus;
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A adoração ao 'exército do céu' (astros) era comum em telhados, como atestado em jer19:13 e 2rs23:12. Papiros de Elefantina confirmam sincretismo religioso no período.
e também os que se desviam do Senhor, que não o buscam nem se preocupam com ele.
Silêncio diante do Senhor Javé! Porque o dia do Senhor está próximo, o Senhor preparou um sacrifício, santificou os seus convidados.
No dia do sacrifício do Senhor, castigarei os chefes e os príncipes reais, e todos os que se vestem como os estrangeiros.
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Trajes estrangeiros podem indicar influência assíria, já que Judá era vassalo da Assíria antes de Josias. A crítica reflete o nacionalismo religioso das reformas.
Castigarei naquele dia todos os que forçam as soleiras das portas, e enchem a casa de seu amo de bens fraudulentos ou extorquidos com violência.
Naquele dia – oráculo do Senhor –, haverá muitos clamores à Porta dos Peixes, gemidos do lado da cidade nova, e um grande tumulto do lado das colinas.
Lamentai-vos, habitantes do bairro de Mactes, porque todo o povo dos mercadores foi aniquilado, todos os traficantes de prata foram exterminados.
Naquele tempo, inspecionarei Jerusalém com lanternas, castigarei os homens que, sentados em sua borra, dizem consigo mesmos: “O Senhor não faz bem nem mal.”
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A expressão 'espessam como borra de vinho' tem variantes: a LXX traduz como 'endurecidos como sedimentos'. A frase sobre Deus não agir (vs.12) ecoa ceticismo da época, combatido pelos profetas (sl14:1).
Seus bens serão entregues à pilhagem, suas moradas serão saqueadas. Edificarão casas, mas não as habitarão, plantarão vinhas, mas não beberão de seu vinho.
Eis que se aproxima o grande dia do Senhor! Ele se aproxima rapidamente. Terrível é o ruído que faz o dia do Senhor; o mais forte soltará gritos de amargura nesse dia.
Esse dia será um dia de ira, dia de angústia e de aflição, dia de ruína e de devastação; dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e de névoas espessas,
dia de trombeta e de alarme, contra as cidades fortes e as torres elevadas.
Mergulharei os homens na aflição, e eles andarão como cegos porque pecaram contra o Senhor. Seu sangue será derramado como o pó, e suas entranhas como o lixo.
Nem sua prata nem seu ouro poderão salvá-los no dia da cólera do Senhor. Toda a terra será devorada pelo fogo de seu zelo, porque ele aniquilará de repente toda a população da terra.
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A inutilidade da riqueza ante o julgamento ecoa ez7:19. O 'dia do Senhor' aqui inspirou descrições apocalípticas no NT (ap6:17). Críticos apontam que a destruição total ocorreu só com Babilônia (586 a.C.), sugerindo possível atualização pós-exílio.