Provérbios 31

Palavras de Lamuel, rei de Massa, que lhe foram ensinadas por sua mãe:
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O rei Lemuel não é mencionado em nenhum outro lugar da Bíblia. Há debate se é um pseudônimo para Salomão (como tradicionalmente se pensa) ou um governante estrangeiro (Massa, região ligada a Ismael, citada em provérbios 30:1). A autoria é incerta.
Meu filho, filho de minhas entranhas, que te direi eu? Não, ó filho de meus votos!
Não dês teu vigor às mulheres e teu caminho àquelas que perdem os reis.
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Advertência contra relações que enfraqueçam lideranças (referência indireta a Sansão: jz16:4-21 e Salomão: 1rs11:1-3). O contexto histórico reflete preocupações com alianças políticas via casamentos reais no Antigo Oriente.
Não é próprio dos reis, Lamuel, não convém aos reis beber vinho, nem aos príncipes dar-se aos licores,
para que, bebendo, eles não esqueçam a lei e não desconheçam o direito de todos os infelizes.
Dai a bebida forte àquele que desfalece e o vinho àquele que tem amargura no coração:
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Versos polêmicos: sugerem uso de álcool como anestésico para dores extremas (contexto médico da época). Contrasta com advertências anteriores sobre embriaguez. Similar a uso de ‘vinho para amargura’ em job3:20-22.
que ele beba e esquecerá sua miséria e já não se lembrará de suas mágoas.
Abre tua boca a favor do mundo, pela causa de todos os abandonados;
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Defesa dos vulneráveis ecoa princípios da Torá (lv19:15; dt1:16-17) e profetas (is1:17). No NT, tg1:27 retoma a ideia de cuidado aos necessitados.
abre tua boca para pronunciar sentenças justas, faze justiça ao aflito e ao indigente.
Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor.
Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma.
Ela lhe proporciona o bem, nunca o mal, em todos os dias de sua vida.
Ela procura lã e linho e trabalha com mão alegre.
Semelhante ao navio do mercador, manda vir seus víveres de longe.
Levanta-se, ainda de noite, distribui a comida à sua casa e a tarefa às suas servas.
Ela encontra uma terra, adquire-a. Planta uma vinha com o ganho de suas mãos.
Cinge os rins de fortaleza, revigora seus braços.
Alegra-se com o seu lucro, e sua lâmpada não se apaga durante a noite.
Põe a mão na roca, seus dedos manejam o fuso.
Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente.
Ela não teme a neve em sua casa, porque toda a sua família tem vestes duplas.
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Vestir escarlata indicava riqueza (corante carmesim raro). Arqueologia comprova uso de corantes naturais de moluscos (descobertas em sítios fenícios como Tiro).
Faz para si cobertas: suas vestes são de linho fino e de púrpura.
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Púrpura era cor real (custava equivalente a salário anual). Lydia, vendedora de púrpura em at16:14, ilustra esse comércio.
Seu marido é considerado nas portas da cidade, quando se senta com os anciãos da terra.
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‘Portas’ eram locais de julgamento público. Homens sábios assentados ali (como Rute 4:1-11) mostram influência social da família.
Tece linho e o vende, fornece cintos ao mercador.
Fortaleza e graça lhe servem de ornamentos; ri-se do dia de amanhã.
Abre a boca com sabedoria, amáveis instruções surgem de sua língua.
Vigia o andamento de sua casa e não come o pão da ociosidade.
Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada e seu marido para elogiá-la.
“Muitas mulheres demonstram vigor, mas tu excedes a todas.”
A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente é a que se deve louvar.
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Contraste entre beleza física e temor a Deus ecoa em 1sm16:7 e 1pe3:3-4. Interpretação feminista questiona se o texto impõe padrões inatingíveis às mulheres.
Dai-lhe o fruto de suas mãos e que suas obras a louvem nas portas da cidade.