Lamentações 5

Lembrai-vos, Senhor, do que nos aconteceu. Olhai, considerai nossa humilhação.
Nossa herança passou a mãos estranhas, e nossas casas foram entregues a desconhecidos.
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A invasão babilônica (586 a.C.) resultou na perda de terras e propriedades para estrangeiros (2Rs 25:8-12). Arqueólogos encontraram selos de propriedade em Jerusalém queimados, corroborando a destruição descrita.
Órfãos, fomos privados de nossos pais, e nossas mães são como viúvas.
Somente a preço de dinheiro nos é dado beber; a nossa lenha, devemos pagá-la.
Carregando o jugo ao pescoço, somos perseguidos, extenuamo-nos, não há trégua para nós!
Estendemos a mão ao Egito e à Assíria para obtermos o pão para comer.
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Judá buscou alianças fracassadas com Egito (Jr 37:5-7) e Assíria (2Rs 16:7), mas ambas falharam em protegê-los da Babilônia. Contexto de dependência humilhante de nações estrangeiras.
Pecaram nossos pais, e já não existem, e sobre nós caíram os castigos de suas iniquidades.
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Reflete a teologia da retribuição coletiva (Êx 20:5), porém Ezequiel 18:20 contesta essa ideia. Debate teológico sobre até que ponto filhos pagam pelos pecados dos pais.
Um povo de escravos domina sobre nós. Ninguém nos arrebata de suas mãos.
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Após a queda de Jerusalém, babilônios nomearam governantes estrangeiros (2Rs 25:22). Cumpre a maldição de Dt 28:48 sobre servidão a inimigos.
Se comemos o pão, é com perigo de nossa vida, por causa da espada que ataca no deserto.
Nossa pele esbraseou-se como ao forno, sob os ardores da fome.
Foram violadas as mulheres de Sião e as jovens nas cidades de Judá;
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Violência sexual em guerras era prática comum (Dt 28:30). Arqueologia encontrou relevos assírios retratando estupros em cidades conquistadas, confirmando esse horror histórico.
chefes foram executados pelas mãos dos inimigos que nenhum respeito tiveram pelos anciãos.
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Execução de príncipes era tática de terror psicológico. 2Rs 25:7 relata o assassinato dos filhos de Zedequias diante dele antes de cegá-lo.
Jovens tiveram que girar a mó, e adolescentes vergaram sob o peso dos fardos de lenha.
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Moer grãos era trabalho feminino (Jz 16:21). Forçar homens a isso era humilhação social. Ossuários encontrados em Jerusalém mostram mortes prematuras por trabalhos forçados.
Não se assentam mais às portas os anciãos, deixaram os jovens de dedilhar as cordas da lira.
Fugiu-nos a alegria dos corações; nossas danças se converteram em luto.
Caiu-nos da cabeça a coroa; desgraçados de nós, porque pecamos.
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A 'coroa' perdida refere-se ao fim da monarquia davídica (2Rs 25:7). Cumprimento da profecia de Jr 13:18 sobre a queda da realeza.
Nosso coração ficou amargurado, e nossos olhos toldaram-se de lágrimas,
porque o monte Sião foi assolado, e nele andam à solta os chacais.
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Raposas simbolizam desolação. Escavações no Monte do Templo revelaram camadas de destruição do período babilônico, confirmando o abandono da cidade.
Vós, porém, Senhor, sois eterno, e vosso trono subsistirá através dos tempos.
Por que persistir em esquecer-nos? Por que abandonar-nos para sempre?
Reconduzi-nos a vós, Senhor, e voltaremos. Fazei-nos reviver os dias de outrora.
A menos que nos tenhais abandonado, e que contra nós demasiadamente vos tenhais irritado.
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Este verso encerra abruptamente no Texto Massorético. A LXX (versão grega) acrescenta um versículo 23 de restauração, indicando divergências textuais sobre o final do livro.