Judite 1

Arfaxad, rei dos medos, tinha submetido ao seu império um grande número de nações. Ele edificou uma fortaleza de pedras polidas, à qual deu o nome de Ecbá­tana.
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Contradição histórica: Nabucodonosor foi rei da Babilônia, não da Assíria. Nínive já havia sido destruída em 612 a.C., antes do reinado dele (605-562 a.C.). Isso sugere uma confusão do autor entre impérios assírio e babilônico.Arfaxad é figura desconhecida na história. Ecbátana era capital dos medos, mas não há registros de rei com esse nome.
Cercou-a de muralhas de setenta côvados de altura e trinta de largura e pôs-lhe torres de cem côvados de altura.
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As dimensões da muralha (35m altura) são exageradas: a muralha da Babilônia tinha ≈15m. O número pode ser simbólico (ênfase na fortaleza).Arqueologia mostra que Ecbátana tinha muralhas de pedra, mas não nessa escala. O texto reflete memórias de construções ciclópicas do Oriente Médio antigo.
Estas eram de forma quadrada e seus lados estendiam-se por um espaço de vinte pés. As portas tinham uma altura proporcional à das torres.
Ele gloriava-se do poder invencível do seu exército e da imponência de seus carros.
Ora, no décimo segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor, que reinava sobre os assírios em Nínive, a grande cidade, fez guerra a Arfaxad e venceu-o
na grande planície chamada Ragau. Aliaram-se a ele todos os habitantes das regiões vizinhas do Eufrates, do Tigre e do Hidaspes e nas planícies de Arioc, rei dos elimeus.
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Hidaspes é rio da Índia (atual Jhelum), citado só nas conquistas de Alexandre (séc IV a.C.) - anacronismo para época de Nabucodonosor (séc VI a.C.).Arioc (Arioch) é nome de rei elamita em Gênesis 14:1, mas aqui usado para rei elimeu - possivelmente erro de tradição oral ou confusão de fontes.
Então, engrandeceu-se o reino de Nabu­co­donosor e seu coração encheu-se de orgulho. Mandou emissários a todos os habitantes da Cilícia, de Damasco, do Líbano,
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Lista geográfica mistura regiões do séc VI a.C. (Damasco) com termos do período helenístico (Cilícia como região unificada). Indício de composição tardia do livro.
aos povos do Carmelo e de Galaad, aos gali­leus, na grande planície de Esdre­lão,
aos habitantes de Samaria e aos povos de além do Jordão até Jerusalém, a toda a terra de Gessen e até aos confins da Etiópia.
A todos esses povos enviou Nabucodo­nosor emissários,
mas todos protestaram unanimemente e os despediram de mãos vazias, chegando até a expulsá-los com des­prezo.
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Desprezo a Nabucodonosor contradiz fontes históricas: ele foi temido por nações. O relato serve para justificar a 'vingança' fictícia que motiva a trama do livro.
À vista disso, encheu-se de cólera o rei Nabucodonosor contra todos esses povos e jurou pelo seu trono e pelo seu reino que havia de tomar vingança de todos eles.
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Juramento contra judeus e egípcios reflete conflitos pós-exílicos (séc IV a.C.), não época de Nabucodonosor. Judeus estavam sob domínio babilônico, não como inimigos declarados.