Jeremias 21

Eis o que disse o Senhor a Jere­mias, quando o rei Sedecias lhe enviou Fassur, filho de Melquias, e o sacerdote Sofonias, filho de Maasias, para dizerem a ele:
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Zedequias foi o último rei de Judá antes do exílio babilônico (597-586 a.C.). Pasur é mencionado como oponente de Jeremias em Jr 20:1-6. Sofonias pode ser o mesmo sacerdote executado pelos babilônios após a queda de Jerusalém (2rs25:18-21).
“Consulta o Senhor em nosso nome porque Nabucodonosor, rei da Babilônia, nos ataca. Talvez o Senhor queira renovar seus milagres a nosso favor, fazendo com que ele se afaste de nós”.
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Contexto histórico: Nabucodonosor sitiou Jerusalém em 587 a.C., evento confirmado por registros babilônicos como as Crônicas Babilônicas. O pedido de Zedequias revela desespero, já que antes rejeitara as advertências de Jeremias (2rs24:18-20).
“Eis” – respondeu-lhes Jeremias – “o que transmitireis a Sedecias:
Oráculo do Senhor, Deus de Israel: as armas que empunhais para o combate, fora dos muros, contra o rei da Babilônia e os caldeus que vos sitiam, vou reuni-las no interior desta cidade.
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Deus declara que lutará CONTRA Judá - ideia chocante para a teologia da época. A profecia se cumpriu literalmente em 586 a.C. quando Jerusalém foi incendiada e Zedequias capturado (2rs25:1-11).
Então, com toda a força de meu braço vigoroso, com furor, indignação e cólera, combaterei contra vós.
Ferirei os habitantes desta cidade, homens e animais, que serão vítimas de grande peste.
Em seguida – oráculo do Senhor –, Sedecias, rei de Judá, seus servos e o povo, e tudo quanto escapar da peste, da espada e da fome, eu os entregarei a Nabucodonosor, rei da Babilônia, a esses inimigos que lhes odeiam a vida. E eles os passarão a fio de espada, sem perdão, nem piedade ou misericórdia.
Dirás então ao povo – oráculo do Se­­nhor: eis que vos coloco na encruzilhada dos caminhos da vida e da morte.
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Polêmica: Jeremias aconselha rendição aos babilônios (visto como traição). A arqueologia comprova que quem permaneceu na cidade morreu, enquanto exilados como Daniel sobreviveram. Referência ao destino de Ebed-Meleque (jr39:15-18).
Aquele que ficar na cidade perecerá pela espada, pela fome ou pela peste; aquele que sair para entregar-se aos caldeus, que vos sitiam, viverá, e a vida a salvo será seu espólio.
Fixei meus olhares sobre esta cidade, para sua desgraça e não para o bem – oráculo do Senhor. Cairá ela nas mãos do rei da Babilônia, e este a entregará às chamas.”
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A expressão 'pus meu rosto contra esta cidade' mostra o julgamento divino irrevogável. Cumprido em 2rs25:9-10. A destruição por fogo é confirmada por achados arqueológicos como a 'Casa Queimada' em Jerusalém.
Eis o que dirás acerca da casa de Judá: Escutai a palavra do Senhor!
Casa de Davi, eis o que diz o Senhor: Praticai a justiça desde o nascer do dia, livrai o oprimido das mãos do opressor, para que meu furor não se inflame como o fogo, braseiro que não se pode extinguir, por causa da maldade de vosso procedimento.
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Último apelo à justiça social antes do julgamento. A casa de Davi (dinastia real) falhou em cumprir seu papel (sl72:1-4). O 'furor como fogo' remete à linguagem de amós1:4-7 sobre juízos divinos.
Eis-me aqui contra ti, habitante do vale, rochedo que dominas a planície. A vós que dizeis: “Quem nos virá atacar? Quem penetrará em nossos refúgios?”.
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Jerusalém é ironizada como 'moradora do vale', embora esteja num monte. Talvez referência à falsa segurança em sua posição geográfica. Arqueologia mostra muralhas de 7m de largura da época, que não evitaram a queda.
Eu vos castigarei – oráculo do Senhor –, deitarei fogo à sua floresta e seus arredores serão devorados.
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O 'bosque' pode simbolizar a arrogância de Judá (comparar com is10:16-19). Incêndios generalizados são comprovados por camadas de destruição em escavações de Jerusalém e Laquis.