João 1
Ele estava no princípio junto de Deus. 
Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. 
Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens. 
Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João. 
Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. 
Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 
[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. 
Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. 
Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 
Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, 
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. 
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade. 
João dá testemunho dele, e exclama: “Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim”. 
Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça. 
Pois a Lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. 
Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou. (= Mt 3,1-17 = Mc 1,1-13 = Lc 3,1-17 ) 
Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: “Quem és tu?”. 
Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: “Eu não sou o Cristo”. – 
“Pois, então, quem és?” – perguntaram-lhe eles. “És tu Elias?”. Disse ele: “Não o sou”. “És tu o profeta?” Ele respondeu: “Não”. 
Perguntaram-lhe de novo: “Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?”. 
Ele respondeu: “Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías” (40,3). 
Alguns dos emissários eram fariseus. 
Continuaram a perguntar-lhe: “Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?”. 
João respondeu: “Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis. 
Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado”. 
Esse diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando. 
No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. 
É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim. 
Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel”. 
(João havia declarado: “Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele”.) 
Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar com água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo. 
No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. 
E, avistando Jesus que ia passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”. 
Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. 
Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?”. Disseram-lhe: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”. – 
“Vinde e vede” – respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima. 
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido. 
Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: “Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)”. 
Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)”. 
No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galileia. Encontra Filipe e diz-lhe: “Segue-me”. 
(Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.) 
Filipe encontra Natanael e diz-lhe: “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José”. 
Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”. 
Natanael pergunta-lhe: “Donde me conheces?” Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”. 
Falou-lhe Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”. 
Jesus replicou-lhe: “Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta”. 
E ajuntou: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.