Joel 1

Oráculo do Senhor dirigido a Joel, filho de Fatuel.
Ouvi isto, anciãos, estai atentos, vós todos habitantes da terra! Aconteceu uma coisa semelhante em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
Narrai-o a vossos filhos, vossos filhos a seus filhos, e estes à geração seguinte!
O que a lagarta deixou, o gafanhoto devorou; o que deixou o gafanhoto, o roedor devorou; e o que ficou do roedor, o devastador comeu.
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Joel descreve uma praga de quatro tipos de gafanhotos (lagarta, gafanhoto, locusta, pulgão), possivelmente simbolizando invasões sucessivas ou estágios de destruição. Interpretações variam: alguns veem uma metáfora para exércitos invasores (como babilônios), outros uma crise agrícola real. Arqueologia confirma que pragas de gafanhotos eram comuns no antigo Oriente Médio, como registros assírios.A sequência de quatro pragas ecoa Ezequiel 14:21, que lista quatro juízos divinos.
Despertai, ó ébrios, e chorai; bebedores de vinho, lamentai-vos, porque o suco da vinha foi tirado da vossa boca!
Minha terra foi invadida por um povo forte e inumerável; seus dentes são dentes de leão, e tem mandíbulas de leoa.
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A 'nação poderosa' pode ser uma metáfora para os gafanhotos (vistos como exército divino) ou uma referência histórica a invasores como os assírios. A descrição de dentes de leão aparece também em Provérbios 30:14 e Apocalipse 9:8, ligando juízos a símbolos apocalípticos.
Devastou o meu vinhedo, destruiu minha figueira, descascou-a completamente, lançou-a por terra e seus ramos tornaram-se brancos.
Clama como uma virgem cingida de saco para chorar o prometido de sua juventude.
Já não há oferta nem libação no Templo do Senhor. Os sacerdotes, servos do Senhor, estão de luto.
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A interrupção das ofertas no templo reflete a gravidade da crise. Situação similar ocorreu durante o cerco babilônico a Jerusalém (Lamentações 1:4), sugerindo que Joel pode descrever um evento histórico ou profetizar uma futura calamidade.
Os campos estão devastados, o solo enlutado. O trigo foi destruído, o mosto perdido, o óleo estragado.
Os lavradores estão desamparados, os vinhateiros lamentam-se por causa do trigo e da cevada, porque a colheita foi destruída.
A vinha secou, a figueira murchou; a romãzeira, a palmeira, a macieira, todas as árvores definham; a alegria, envergonhada, foi para longe dos homens.
Revesti-vos de sacos, sacerdotes, e batei no peito! Lamentai-vos, ministros do altar! Vinde, passai a noite vestidos de saco, servos de meu Deus!
Publicai o jejum, convocai a assembleia, reuni os anciãos e toda a população no Templo do Senhor, vosso Deus,
e clamai ao Senhor: “Ai, que dia!”. O dia do Senhor, com efeito, está próximo, e vem como um furacão desencadeado pelo Todo-poderoso.
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O 'dia do Senhor' aqui é iminente e destrutivo, diferente de visões anteriores (como Amós 5:18-20). Essa concepção influenciou o Novo Testamento, onde o termo é associado ao juízo final (1 Tessalonicenses 5:2).
Acaso não foi sob os nossos olhos que desapareceu todo o mantimento e se desvaneceram do templo de nosso Deus a alegria e o regozijo?
As sementes secaram sob os torrões, os celeiros estão vazios, os armazéns, arruinados, porque falta o trigo.
Como geme o rebanho, e como anda errante o gado por falta de pastagens! Até mesmo os rebanhos de ovelhas padecem.
Clamo a vós, Senhor, porque o fogo devorou a erva do deserto, a chama queimou todas as árvores do campo;
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O fogo que consome pastos pode ser literal (incêndios após seca) ou simbólico (ira divina). Deuteronômio 32:22 usa imagens similares para descrever o julgamento de Deus.
os próprios animais selvagens suspiram por vós, porque as correntes das águas secaram, e o fogo devorou a erva do deserto.