Ezequiel 48

“Eis os nomes das tribos. Na extremidade norte da terra, para o caminho de Hetalon até Emat, Haser-Enã, na fronteira de Damasco ao norte, ao longo de Emat, um território que irá desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, será atribuído a Dã; esta cons­titui uma parte.
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A divisão das tribos aqui difere da descrição em Números 34:1-12 e Josué 13-19. Ezequiel apresenta uma visão idealizada, não histórica, da distribuição territorial, refletindo expectativas escatológicas. Locais como Hamate e Hazar-Enom são áreas no norte de Israel, próximas à Síria atual, marcando limites simbólicos.
Do lado do limite de Dã, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Aser.
Ao lado da fronteira de Aser, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Neftali.
Ao lado da fronteira de Neftali, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Manassés.
Do lado do limite de Manassés, da fronteira orien­tal até a fronteira ocidental, a parte de Efraim.
Do lado do limite de Efraim, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Rúben.
Do lado do limite de Rúben, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Judá.
Do lado do limite de Judá, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, será encontrada a parte que tirareis antecipadamente, de uma largura de vinte e cinco mil côvados e um comprimento igual ao das outras partes de leste a oeste. No centro dessa parte, ficará o santuário.
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As '25 mil canas' (cerca de 13 km) e a centralidade do santuário indicam uma reorganização teocêntrica da terra. Esta descrição nunca se concretizou historicamente, sendo interpretada como uma visão do reino messiânico ou era futura (comparar com ap21:16).
A parte que tirareis com antecipação para o Senhor terá vinte e cinco mil côvados de comprimento por dez mil de largura.
Esta santa porção será para os sacerdotes: suas dimensões serão: ao norte, vinte e cinco mil côvados; a oeste, dez mil côvados de largura; a leste, dez mil de largura; ao sul, vinte e cinco mil côvados de comprimento. O santuário do Senhor se elevará ao centro.
Ele é para os sacerdotes consagrados, descendentes de Sadoc, que têm feito o meu serviço sem se desviarem como os levitas, quando os israelitas se transviaram.
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Os filhos de Zadoque substituem os levitas comuns como sacerdotes, um reflexo da crise pós-exílio (Ezequiel 44:10-16). Zadoque era ancestral dos sacerdotes do Primeiro Templo (2Samuel 8:17), e aqui representam fidelidade religiosa.
É para eles uma porção sagrada a parte reservada daquela que tiraram antecipadamente do território, ao lado do limite dos levitas.
Os levitas ocuparão, na extensão dos limites dos sacerdotes, um espaço de vinte e cinco mil côvados de comprimento e dez mil côvados de largura. Comprimento total: vinte e cinco mil côvados; extensão: dez mil.
Não se poderá vender nada nem trocar: o melhor dessa terra não poderá ser alienado, porque é propriedade sagrada do Senhor.
Os cinco mil côvados que restarem em largura, por vinte e cinco mil de comprimento, constituirão um espaço profano destinado à cidade, a suas habi­tações e a seus terrenos. A cidade estará no centro.
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A cidade quadrada (v.20) com '18 mil canas' (≈9,5 km) de perímetro não corresponde a Jerusalém histórica. Arqueologicamente, a Jerusalém pré-exílica media ≈1 km². A visão inspira a Nova Jerusalém em ap21:16.
Eis as suas dimensões: ao norte, quatro mil e quinhentos côvados; ao sul, quatro mil e quinhentos côvados; a leste, quatro mil e quinhentos côvados; a oeste, quatro mil e quinhentos côvados.
Os limites da cidade terão ao norte duzentos e cinquenta côvados; ao sul, duzentos e cinquenta côvados; a leste, duzentos e cinquenta côvados; e a oeste, duzentos e cinquenta côvados.
Restará, ao longo da parte consagrada, uma extensão de dez mil côvados; dez mil côvados a leste e a oeste, paralelamente à parte consagrada, cujos produtos servirão para o sustento dos trabalhadores da cidade.
Os traba­lhadores da cidade, recrutados em todas as tribos de Israel, cultivarão essa porção.
O total da parte reservada com vinte e cinco mil côvados por vinte e cinco mil, tereis reservado para domínio da cidade, uma parte igual ao quarto da porção santa.
O resto será para o príncipe, dos dois lados da porção sagrada e do domínio da cidade, ao longo dos vinte e cinco mil côvados da porção reservada até a fronteira oriental, e a oeste, ao longo dos vinte e cinco mil côvados até a fronteira ocidental, paralelamente às (outras) partes. Será, pois, para o príncipe; a porção sagrada e o santuário do templo estarão no meio.
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O 'príncipe' (hebr. 'nasi') não é rei nem messias, mas líder político-religioso. Esta figura gera debate: alguns veem uma expectativa messiânica atenuada, outros um governante idealizado sem cumprimento histórico.
Assim, a parte do príncipe ocupará o espaço compreendido entre os limites de Judá e de Benjamim, salvo o domínio dos levitas e o da cidade, situados no meio da porção que lhe tocar.
Para o resto das tribos: da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Benjamim.
Do lado do limite de Benjamim, da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Simeão.
Do lado limite de Simeão, da fronteira oriental à fronteira ocidental, a parte de Issacar.
Do lado do limite de Issacar, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Zabulon.
Do lado da parte de Zabulon, da fronteira oriental até a fronteira ocidental, a parte de Gad.
Sobre o limite de Gad, ao sul, a fronteira irá de Tamar para o oriente, às águas de Meriba de Cades, e à torrente que vai para o Grande Mar.
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Tamar (identificada com Ein Husb, Negev) e Cades (possivelmente Kadesh-Barnea, onde Israel acampou no êxodo - Números 20:1-13) marcam o limite sul. A precisão geográfica é simbólica, não correspondendo totalmente a fronteiras históricas.
Tal é a terra cujos patrimônios repartireis por sorte entre as tribos de Israel; tais serão as suas partes respectivas – oráculo do Senhor Javé.”
“Eis as saídas da cidade.
As portas da cidade receberão os nomes das tribos de Israel. Ao norte – do comprimento de quatro mil e quinhentos côvados –, haverá três portas: a porta de Rúben, a porta de Judá e a porta de Levi.
O lado leste – do comprimento de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de José, a porta de Benjamim e a porta de Dã.
O lado sul – extensão de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de Simeão, a porta de Issacar e a porta de Zabulon.
O lado oeste – da extensão de quatro mil e quinhentos côvados – terá três portas: a porta de Gad, a porta de Aser e a porta de Neftali.
Perímetro: dezoito mil côvados. Doravante, o nome da cidade será Javé-Chammá.”
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'O Senhor está ali' (YHWH Shammah) encerra a visão de Ezequiel destacando a presença divina permanente, cumprida simbolicamente no Novo Testamento (mt1:23, ap21:3). Nenhuma cidade histórica teve este nome.