Salmos 94

Ó Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente.
Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá a paga aos soberbos.
Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios saltarão de prazer?
Até quando proferirão, e falarão coisas duras, e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade?
Reduzem a pedaços o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança.
Matam a viúva e o estrangeiro, e ao órfão tiram a vida.
Contudo dizem: O Senhor não o verá; nem para isso atenderá o Deus de Jacó.
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Os ímpios acreditam que Deus não vê suas ações, refletindo uma visão antiga de divindades distantes. O salmista contrapõe essa ideia no verso 9, afirmando a onisciência divina através da lógica da criação (quem fez os sentidos não os teria?).
Atendei, ó brutais dentre o povo; e vós, loucos, quando sereis sábios?
Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá?
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Argumento teológico baseado na criação: se Deus criou a audição e a visão, Ele necessariamente possui esses atributos. Paralelos em provérbios 20:12.
Aquele que argüi os gentios não castigará? E o que ensina ao homem o conhecimento, não saberá?
O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.
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A vaidade dos pensamentos humanos é tema recorrente (ec 1:2; 1co 3:20). A ideia de que Deus 'conhece' os pensamentos reforça seu papel como juiz integral.
Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei;
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A ideia de sofrimento como disciplina divina aparece em job 5:17 e provérbios 3:11-12, sendo retomada no novo testamento (hb 12:5-6). Gera questionamentos sobre a teodiceia - como conciliar bondade divina com o mal?
Para lhe dares descanso dos dias maus, até que se abra a cova para o ímpio.
Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.
Mas o juízo voltará à retidão, e segui-lo-ão todos os retos de coração.
Quem será por mim contra os malfeitores? Quem se porá por mim contra os que praticam a iniqüidade?
Se o Senhor não tivera ido em meu auxílio, a minha alma quase que teria ficado no silêncio.
Quando eu disse: O meu pé vacila; a tua benignidade, Senhor, me susteve.
Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as tuas consolações recrearam a minha alma.
Porventura o trono de iniqüidade te acompanha, o qual forja o mal por uma lei?
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'Trono de iniqüidade' pode aludir a governos corruptos na história de Israel, como o reinado de acabe (1rs 21) ou a dominação de impérios estrangeiros. A corrupção sistêmica através de leis injustas era realidade no antigo oriente médio.
Eles se ajuntam contra a alma do justo, e condenam o sangue inocente.
Mas o Senhor é a minha defesa; e o meu Deus é a rocha do meu refúgio.
E trará sobre eles a sua própria iniqüidade; e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.