Salmos 82

Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.
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A expressão 'deuses' (elohim) gera debate: pode se referir a juízes humanos (autoridades) ou seres divinos secundários em um 'conselho celestial', ideia comum no Antigo Oriente Próximo. A interpretação judaica tradicional favorece juízes, enquanto alguns cristãos veem aqui uma referência à realidade espiritual (cf. salmo 89:5-7).
Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? (Selá.)
Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.
Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.
Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.
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A menção de 'fundamentos da terra vacilam' é uma metáfora para o colapso da ordem moral. Corrupção sistêmica nas lideranças afetava a estabilidade social – problema recorrente em períodos como o reinado de Acabe (séc. IX a.C.), quando a injustiça era institucionalizada.
Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.
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Jesus cita este verso (jo10:34-35) para defender sua divindade, argumentando que se humanos podem ser chamados 'deuses' em contextos específicos, maior autoridade teria o Messias. Isso mostra como o texto permite interpretações em múltiplas camadas (legal, política, messiânica).
Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.
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Contraste entre o título 'deuses/filhos do Altíssimo' e a mortalidade humana destaca a ironia: líderes que se consideram divinos serão julgados como meros mortais. Alusão à queda de governantes arrogantes, como Nabucodonosor (dan4:28-33).
Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações.