Salmos 63

Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água;
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O salmo começa com uma expressão intensa de busca por Deus em um contexto desértico ('terra seca e cansada'). Isso pode refletir a experiência de Davi fugindo de Absalão no deserto da Judeia (2sm15:23-28), região árida que reforça a metáfora da sede espiritual.
Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário.
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A menção ao santuário sugere que o autor já teve experiências de adoração no Tabernáculo ou Templo. Para um rei como Davi, isso poderia se referir à Arca da Aliança (2sm6:17), símbolo máximo da presença divina.
Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.
Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.
A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios,
Quando me lembrar de ti na minha cama, e meditar em ti nas vigílias da noite.
Porque tu tens sido o meu auxílio; então, à sombra das tuas asas me regozijarei.
A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta.
Mas aqueles que procuram a minha alma para a destruir, irão para as profundezas da terra.
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A violência descrita ('profundezas da terra', 'espada', 'raposas') reflete práticas bélicas antigas. Arqueólogos comprovaram que jogar cadáveres para animais era comum após batalhas (como em cerâmicas assírias retratando chacais devorando inimigos).
Cairão à espada; serão uma ração para as raposas.
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A tradução 'raposas' (hebr. shu'al) é controversa: alguns manuscritos sugerem 'chacais', animais mais associados a carnificina no antigo Oriente. A Almeida Revista e Atualizada usa 'chacais' aqui.
Mas o rei se regozijará em Deus; qualquer que por ele jurar se gloriará; porque se taparão as bocas dos que falam a mentira.
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A menção ao 'rei' (verso ausente no Codex Sinaiticus) levanta debates: 1) Se Davi é autor, seria autorreferência; 2) Se é posterior (exílico), poderia ser esperança messiânica. O NT retoma essa realeza em jesus como Cristo (lc1:32-33).