Salmos 4

Ouve-me quando eu clamo, ó Deus da minha justiça, na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira? (Selá.)
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"Filhos dos homens" pode se referir a oponentes do salmista, possivelmente líderes ou nobres que o desafiavam (contexto histórico de conspirações contra reis, como a rebelião de Absalão contra Davi). A menção de "Selá" é um termo musical de significado incerto, provavelmente indicando uma pausa ou ênfase na liturgia.
Sabei, pois, que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor ouvirá quando eu clamar a ele.
Perturbai-vos e não pequeis; falai com o vosso coração sobre a vossa cama, e calai-vos. (Selá.)
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A exortação "não pequeis" ecoa em Efésios 4:26. O conselho de refletir antes de dormir reflete costumes antigos de introspecção noturna. "Selá" reaparece, reforçando a estrutura poética do salmo.
Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.
Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Senhor, exalta sobre nós a luz do teu rosto.
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A pergunta "Quem nos mostrará o bem?" reflete ceticismo comum na época. A resposta alude à bênção sacerdotal de Números 6:24-26. Interpretações messiânicas veem aqui uma profecia sobre Cristo como "luz do rosto" de Deus (João 8:12).
Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.
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A alegria superior à da colheita abundante (trigo e vinho) contrasta bênçãos materiais com a satisfação espiritual, prática comum na literatura sapiencial.
Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.
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A segurança no sono tornou-se proverbial (Provérbios 3:24). Arqueologia confirma que ameaças noturnas eram comuns no antigo Oriente Médio, tornando esta declaração uma expressão radical de confiança.