Salmos 101

Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, SENHOR, cantarei.
Portar-me-ei com inteligência no caminho reto. Quando virás a mim? Andarei em minha casa com um coração sincero.
Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim.
Um coração perverso se apartará de mim; não conhecerei o homem mau.
Aquele que murmura do seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não suportarei.
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O salmista promete destruir quem calunia em segredo, refletindo padrões de justiça real no antigo Oriente Médio. A menção a 'olhar altivo' ecoa Provérbios 16:5, onde o orgulho é abominação para Deus. Esta postura radical gera debates: seria uma metáfora de zelo moral ou reflexo de práticas judiciais duras da época?
Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.
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A expressão 'fiéis da terra' pode referir-se a líderes leais no reino. Arqueologia mostra que administrações reais davam preferência a aliados confiáveis (como evidenciado em cartas de Laquis, século VII a.C.), corroborando a ideia de seleção criteriosa de colaboradores.
O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que fala mentiras não estará firme perante os meus olhos.
Pela manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade.
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'Desarraigar da cidade do Senhor' alude a Jerusalém. Escavações revelam que a cidade expandiu-se significativamente no século X a.C. (período atribuído a Davi), mas há disputas se já era uma capital desenvolvida. Alguns críticos sugerem que o termo 'cidade' reflete linguagem do período pós-exílico.